Mesmo com permissão para reabrir, templos afro-brasileiros devem seguir fechados

ARMAC avalia que reabertura prevista pelo prefeito Jonas Donizette pode causar 'sérios problemas' jurídicos e de contaminação

Terreiro de Umbanda Caboclo Akuan, em Campinas.
Foto: Reprodução/Terreiro Caboclo Akuan
Terreiro de Umbanda Caboclo Akuan, em Campinas.


Os templos de religiões afro-brasileiras de Campinas devem continuar fechados, mesmo com a retomada gradual de cultos religiosos anunciada na última quinta-feira (28) pelo prefeito Jonas Donizette (PSB). Em nota oficial emitida nesta sexta (29), a Associação dos Religiosos das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Campinas e Região (ARMAC) recomendou que terreiros, casas, sítios, centros e demais templos não voltem a funcionar.

Jonas comunicou que, a partir do dia 1º de junho, templos religiosos poderão retomar as atividades, com 30% da capacidade total e respeitando medidas de prevenção como o uso de máscaras e o distancimaento social , além da proibição da pariticpação de pessoas com mais de 60 anos.

Na avaliação do Pai Joãozinho Galerani , diretor da ARMAC, a reabertura dos templos neste momento pode trazer consequências graves.

Você viu?

"Pelas regras apresentadas pela Prefeitura Municipal de Campinas, fica nítido que poderemos ter sérios problemas com a reabertura parcial de nossos templos, tanto juridicamente como no quesito de contaminação. Nosso maior sagrado são as vidas do nosso povo", diz o diretor no comunicado.

Leia também: Campinas vai além de plano de Doria e decide reabrir igrejas e restaurantes

Só em julho

A nota também pede que os líderes das relegiões de matriz africana de Campinas sigam o plano de reabrir os templos no dia 20 de julho. "Para que esta data seja mantida, dependerá da queda nos números de contaminação e mortes pela covid-19, além do percentual de ocupação das UTIs", avisa o texto.

A reabertura de igrejas não foi citada em nenhuma das cinco fase do plano de retomada econômica proposto pelo governador de São Paulo, João Doria . Ainda assim, Jonas Donizette se baseou em um decreto do governo federal, que declarou as atividades religiosas como essenciais, para incluir mais essa liberação em Campinas.