Associação é multada em R$ 1,8 milhão por queima de 184 hectares

Curto-circuito na caixa de luz da Associação Amigos Serra das Cabras teria provocado incêndio que começou no dia 12 de setembro

Imagens aéreas mostram área de proteção ambiental queimada em Joaquim Egídio.
Foto: Divulgação/PM Ambiental
Imagens aéreas mostram área de proteção ambiental queimada em Joaquim Egídio.


A Associação Amigos das Cabras, de Joaquim Egídio, foi multada nesta quinta-feira (24) em R$ 1,8 milhão por conta de um incêndio que atingiu 184 hectares de mata nativa e também protegida ambientalmente. Segundo a Polícia Militar Ambiental , o fogo começou no dia 12 de setembro após um curto-circuito na caixa de luz da sede da entidade de Campinas.

A polícia fez uma varredura com drones na área, em uma perícia técnica científica, e averiguou que do total queimado, 164 hectares eram de área comum e 19,92 hectares estavam em uma APP (Área de Preservação Permanente) em Campinas. Ambas estavam com cobertura vegetal secundária em estágio inicial de regeneração.

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Além disso, o bioma era o de mata atlântica, a vegetação original do Estado de São Paulo. "Começou por conta de um curto-circuito no quadro de energia elétrica. Ela foi multada pela responsabilidade objetiva, devido não ter feito a prevenção do quadro de luz ou da rede elétrica. Não tinha nenhum aceiro (técnica para manter o espaço limpo e evitar queimadas)", disse o sargento Maxmiliano Ferreira da Silva.  

AS MULTAS

Por conta da queimada, a PM lavrou duas multas, uma de R$ 448 mil com base no artigo 44 da Lei de Crime Ambiental, que prevê também detenção de seis meses a um ano a quem for responsabilizado. Este artigo diz que é proibido "extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais".

A segunda, no valor de R$ 1,3 milhão, foi com base no artigo 50, que trata sobre "destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação". A pena também envolve detenção de três meses a um ano.

Apesar disso, ninguém foi preso até o momento. Um representante da Associação Serra Amigos das Cabras foi notificado sobre o caso, de acordo com a PM. A reportagem entrou em contato por telefone com a entidade, mas não obteve retorno até o momento.