Protesto contra aumento do ICMS causa congestionamento na Anhanguera
Revendedores de veículos manifestam contra ao aumento na alíquota do ICMS no setor
Revendedores de veículos de Campinas
realizam, na manhã desta quinta-feira (21), uma carreata em repúdio ao aumento na alíquota do ICMS
(Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) no setor.
O protesto, que começou às 8h, causa congestionamento na Rodovia Anhanguera (SP-330) logo na entrada da cidade e na Avenida Prestes Maia. Segundo a Autoban, concessionária que administra a via, por volta das 9h o trânsito tinha lentidão entre os km 92 à 95 da Anhanguera, na pista marginal sentido capital.
A manifestação é promovida pela Arvec (Associação das Revendas de Veículos Seminovos de Campinas). Segundo o grupo, a carreata reúne lojistas filiados e parceiros de todo o estado e vai contra a decisão do governo estadual de retirar o benefício fiscal da categoria e aumentar a alíquota do ICMS de 1,8% para 5,53%. Segundo o setor, a alta será de 207%.
Os empresários saíram às 8h da Avenida Jacy Teixeira de Camargo, próximo ao Campinas Shopping, e percorrem as principais avenidas e rodovias da cidade. Esse é o segundo protesto promovido pelo setor, que realizou no último dia 11 uma carreata pelo mesmo motivo .
Segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), o grupo passou pela Avenida Amoreiras, Rodovia Anhanguera e pegou a Prestes Maia sentido Centro. Por volta das 9h20, os manifestantes estavam na Avenida João Jorge. De acordo com a Emdec, agentes de trânsito estão acompanhando o grupo para garantir uma faixa livre para que o trânsito flua.
A DISCUSSÃO
A Arvec representa mais de 1,5 mil lojas de Campinas. Um dos associados, Washington Silva, afirma que o protesto é para que o governo estadual se posicione e mude a medida.
"Estamos aqui novamente, e hoje é o estado de São Paulo inteiro brigando contra esse imposto abusivo de 207%. Não tem condições, estamos brigando por um direito do cidadão inteiro. Queremos que Doria nos escute, vai quebrar nossa categoria, um carro de R$ 50 mil, hoje é R$ 5 mil só de imposto. O consumidor também paga por isso. A negociação não tá adiantando nada", disse.
No dia do primeiro protesto, o governo estadual afirmou que a categoria se beneficiou de isenção fiscal de até 98% por quase 30 anos e que tanto a revogação da renúncia quanto a alta na alíquota são necessárias para reduzir as perdas aos cofres públicos causadas pela pandemia.
"Os veículos novos e usados por quase três décadas se beneficiaram com renúncias fiscais de até 98%, em relação à alíquota de 18% praticada no Estado. Com o ajuste fiscal, os carros 0 km, que pagavam 12%, passarão a pagar 13,3% de imposto a partir de 15 de janeiro e 14,5% a partir de abril. Já os usados, que tinham carga tributária de 1,8%, pagarão 5,5% a partir de 15 de janeiro e 3,9% a partir de abril", dizia o texto.
O Estado foi procurado para uma nova posição a respeito das reivindicações, mas ainda não se pronunciou a respeito.