Campinas coloca PM e GM para cumprimento do toque de recolher

Medida será das 20h às 5h a partir de quinta-feira (18) e pessoas que estiverem na rua após horário serão abordadas pelas forças de segurança

Guarda municipal vai ter apoio da PM nas fiscalizações.
Foto: Carlos Bassan / Pref. de Campinas
Guarda municipal vai ter apoio da PM nas fiscalizações.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) , anunciou na tarde desta terça-feira (16) medidas ainda mais restritivas de combate à pandemia de coronavírus em Campinas . Entre elas está o toque de recolher a partir das 20h até as 5h com a fiscalização maior da PM (Polícia Militar) e GM (Guarda Municipal), que abordará a população na rua durante o período.

O "aperto" na quarentena de covid-19 ocorreu no terceiro dia de fase emergencial do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena em vigor na cidade, em meio ao colapso da rede pública. Hoje, o SUS municipal continua com 100% de ocupação nos leitos exclusivos para a doença (leia mais aqui).

Para implementar a nova restrição, a Prefeitura solicitou ao CPI-2 (Comando de Policiamento do Interior), de Campinas, apoio da PM (Polícia Militar) para fiscalização noturna. A ideia é fazer uma ação preventiva em um primeiro momento, para orientar as pessoas na rua e evitar a circulação. Caso isso não funcione, a Administração pretende partir para medidas mais punitivas.

"As ações ocorrerão em pontos estratégicos da cidade, a partir de dados de inteligência, através das câmeras de monitoramento e leitores de placas. A gente consegue assim verificar quantidade de veículos por pontos e fazer ações. Haverá bloqueios e orientação para a pessoa retorne ao seu domicílio para qualquer outra atividade que não foi essencial naquele momento", explicou o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Christiano Biggi.

FESTAS

Em relação às festas, o secretário afirmou que a multa para festas e aglomeração dobrou, passando agora R$ 2,9 mil, e haverá interdição do local assim que o flagrante for feito.

Panutto afirmou ainda que as restrições adicionais da fase emergencial serão mantidas, onde foram proibidas atividades de cultos religiosos, o acesso ao paço municipal, além do fechamento de parques públicos.

"Isso o que estamos endurecendo ainda não é o lockdown. O lockdown é praticamente autorizar somente os serviços de saúde e alimentação. E há total restrição na circulação das pessoas, o que vimos em países da Europa", disse o secretário de Justiça, Peter Panutto.

Outra medida anunciada foi o fechamento das atividades essenciais como supermercados, mercearias e lojas de conveniências a partir das 20h.

NO HC

No HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, a situação é grave há uma semana e hoje a instituição anunciou mais 24 horas de suspensão do atendimento no PS (Pronto-Socorro). As cirurgias eletivas estão suspensas até o dia 26.

Na rede municipal e privada, as cirurgias eletivas também estão suspensas por determinação do Executivo e o prefeito propôs nesta quarta um lockdown regional para a RMC (Região Metropolitana de Campinas) (leia mais abaixo).

LOCKDOWN

Na manhã de hoje, Dário se reuniu com prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e propôs a adoção de medidas mais restritivas contra a covid-19, incluindo o lockdown em todas as cidades da região.

Segundo a Prefeitura de Campinas, a maioria dos prefeitos aceitou discutir a possibilidade, porém, optou por avaliar e esperar mais dois dias os efeitos da atual fase emergencial do Plano São Paulo, iniciada ontem e que restringe a circulação de pessoas, principalmente no período noturno.


Sobre a situação, Dário disse que será preciso reavaliar o lockdown porque ele prevê a suspensão do transporte coletivo. "Temos profissionais de saúde que usam o ônibus e também a vacinação contra a covid-19 está ocorrendo. Muitas pessoas usam o coletivo", disse ele.

Apesar disso, o prefeito afirmou que não descarta o lockdown e que na sexta-feira (19) pela manhã haverá nova reunião com os prefeitos para analisar qual medida deverá ser tomada.