PF deflagra terceira fase de operação contra tráfico internacional em Viracopos

Operação é desdobramento da Operação Overload, deflagrada em outubro do ano passado, que descobriu grande esquema criminoso no terminal de Campinas

PF deflagra terceira fase de operação contra tráfico internacional em Viracopos
Foto: Reprodução: ACidade ON
PF deflagra terceira fase de operação contra tráfico internacional em Viracopos

A Polícia Federal de Campinas deflagrou na manhã desta terça-feira (6) uma nova operação para prender investigados envolvidos em crimes de tráfico internacional de drogas praticados no Aeroporto Internacional de Viracopos.

A operação de hoje, denominada Airline, é a terceira fase de desdobramento da Operação Overload, deflagrada em outubro do ano passado , que teve por objetivo desarticular uma organização criminosa com a prisão dos envolvidos.

São cumpridos hoje 18 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Campinas.

Além de 40 policiais federais, participam da operação 5 equipes do BAEP e Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e uma equipe da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo, em razão de haver entre os presos um policial militar e um policial civil. 

Segundo a PF, o nome da Operação Airline vem da então estrutura montada pela organização criminosa para manter uma logística permanente de tráfico de drogas por via área internacional.

OPERAÇÃO OVERLOAD

A operação Overload identificou uma quadrilha que estaria voltada ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, e atuava em diversos estados do Brasil. A organização também exportava grandes quantidades de cocaína para o continente europeu. 

Na ação, 32 pessoas foram presas temporariamente, por 30 dias, e foram apreendidos veículos e dinheiro no valor aproximado de 3 milhões reais. Dois suspeitos foram mortos em confrontos policiais. 

Segundo dados obtidos durante a investigação, a organização seria composta por brasileiros, que seriam responsáveis pelo aliciamento de funcionários aeroportuários, interferência ilícita nas operações de logística do aeroporto e lavagem de dinheiro. Entre os aliciados estavam envolvidos empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.

Ao final do prazo de 30 dias, o pedido de prorrogação do prazo da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não foi acolhido pela Justiça e os presos foram postos em liberdade. 

A partir de então, a Polícia Federal passou a se dedicar a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar sistematicamente pela prisão preventiva de todos os envolvidos. O primeiro desdobramento aconteceu em dezembro, na operação Ake, e o segundo em fevereiro deste ano, com a operação Lavaggio

A INVESTIGAÇÃO

Segundo a PF, a investigação atual teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a operação do ano passado. 


Ao todo, foram mais de 60 exames periciais e 45 relatórios de análises de informações contidas em dispositivos e documentos apreendidos, compreendendo quase 10 mil páginas de instrução, permitiu à PF identificar existência de uma série de crimes de tráfico internacional de drogas, incluindo também o Aeroporto de Guarulhos (suspeita-se de mais de meia tonelada de drogas remetidas para a Europa). 

Entre os crimes estão ainda falsificação de documentos (etiquetas de passageiros, de cargas, aquisição fraudulenta de diplomas de ensino superior), extorsão, extorsão mediante sequestro, corrupção ativa e passiva.