Câmara tira de pauta cotas para negros em estágios na Prefeitura

Pedido foi feito pelo próprio autor da proposta para que texto passe por aprimoramentos

Vereadores durante reunião ordinária na Câmara (Foto: Divulgação/Câmara de Campinas)

O PL (Projeto de Lei) que reserva às pessoas negras 30% das vagas oferecidas em estágios na Prefeitura de Campinas foi retirado de pauta na sessão da noite desta segunda-feira (18) da Câmara Municipal.

O texto, que se aplica somente à Administração Pública Direta do município, propõe acrescentar esses tipos de vagas à lei de cotas em concursos públicos, aprovada na cidade em 2019 (veja mais abaixo).

A proposta foi apresentada pelo vereador Luiz Rossini (PV), líder do governo no Legislativo, que também foi o autor do pedido de retirada para que o texto seja aprimorado. Todos os presentes foram favoráveis.

COTAS NA PREFEITURA

O projeto de lei que implantou as cotas em concursos públicos na Prefeitura obteve maioria absoluta no Legislativo no fim de 2019. O texto foi sancionado dias depois pelo então prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

Válida desde então, a proposta especifica que o candidato se autodeclare negro, ou pardo, e que a reserva de vagas seja aplicada sempre que o número de vagas no concurso seja maior que três e que o candidato alcance a nota mínima para estar apto ao cargo.

Depois de aprovado no concurso, uma comissão composta por cinco servidores efetivos, sendo dois do órgão de gestão de pessoal e três da área responsável pela promoção de política de igualdade (três deles precisarão ser obrigatoriamente negros), convoca o candidato para avaliação fenotípica.

A comissão utiliza exclusivamente o critério fenotípico, que observa um conjunto de características visíveis de um indivíduo, sem que seja necessária a apresentação de documentos para a avaliação. 

OUTRAS PROPOSTAS

Além dessa proposta, os vereadores da cidade também discutiram em análise inicial o projeto de lei do vereador Carmo Luiz (PSC) que obriga a colocação de câmeras de monitoramento nas estações do BRT. 

O texto, que foi aprovado e vai agora à segunda votação, determina que as gravações sejam contínuas, armazenadas por três meses e disponibilizadas às autoridades policiais quando solicitado.

Também foi aprovada em primeira análise a proposta do vereador Permínio Monteiro (PSB) que determina que sejam colocadas placas que contenham o número do decreto do tombament o, síntese histórica do local e, se possível, fotografia de época.

"A cidade é muito rica em locais históricos, patrimônios diversos que podem ser visitados até de maneira turística, e isso precisa ser valorizado", defende Permínio.