Prisão de “Diabo Loiro” expõe rede milionária do PCC

Esquema envolvia empresários, agiotas, influenciadores e traficantes ligados à facção

A operação teve como foco integrantes do PCC
Foto: Divulgação/Polícia Militar
A operação teve como foco integrantes do PCC

Uma operação realizada nesta quarta-feira (29) em Campinas, no interior de São Paulo, resultou na prisão de Eduardo Magrini , o “Diabo Loiro”, e na morte de um suspeito durante confronto armado com as forças de segurança.

A Operação "Off White", conduzida pelo GAECO em parceria com o BAEP, desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro e movimentação financeira ligada ao tráfico de drogas e à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) .

Segundo informações da polícia ao iG Campinas, o grupo criminoso atuava havia anos ocultando valores milionários oriundos do tráfico, utilizando empresas, transações imobiliárias e contas de fachada para dar aparência legal ao dinheiro ilícito. As investigações são desdobramento das Operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, que revelaram conexões entre traficantes, empresários, agiotas e influenciadores.


Com base nas provas reunidas, a Justiça determinou nove prisões preventivas, 11 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de 12 imóveis de luxo e valores em contas bancárias. Segundo a polícia, os integrantes da rede buscavam dispersar seu patrimônio após disputas internas e aumento da pressão policial.

Durante o cumprimento dos mandados no distrito de Sousas, um dos investigados reagiu à abordagem e foi morto no local. Segundo a polícia, ele portava duas pistolas e tentou fugir durante a operação.

'Diabo Loiro' é o braço direito do financeiro do PCC
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
'Diabo Loiro' é o braço direito do financeiro do PCC

“Diabo Loiro” e “Mijão”: nomes do alto escalão do crime

Entre os alvos da operação, está Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”, considerado um dos criminosos mais violentos e estratégicos do PCC. Ele é suspeito de atuar na estrutura financeira da facção, controlando o fluxo de dinheiro do tráfico.

Magrini ficou conhecido por seu envolvimento nos ataques de 2006 contra a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e já foi preso em 2012, em uma mansão em Bom Jesus dos Perdões (SP), por tráfico de drogas. Ele acumula passagens por homicídio, tráfico, receptação e uso de documentos falsos.

Outro nome de destaque é Sérgio Luís de Freitas, o “Mijão”, apontado como uma das principais lideranças do PCC em atividade fora dos presídios. De acordo com as investigações, ele mantinha forte influência sobre o tráfico interestadual e a lavagem de capitais. Também figura entre os alvos Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, considerado um dos maiores traficantes do país e ex-integrante da lista de procurados da Interpol.

As autoridades apontam que “Mijão” e “Caipira” teriam ligação com planos de represália contra promotores do GAECO de Campinas, incluindo um atentado frustrado revelado em agosto.