A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta quinta-feira (6), a primeira morte por febre amarela na cidade em 2025. O caso, único desde janeiro, refere-se a um morador de 39 anos que residia em área rural do distrito de Sousas, onde o risco de transmissão da doença é maior.
O óbito ocorreu em 3 de fevereiro e a causa foi confirmada no fim da tarde desta quinta-feira, pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O homem não era vacinado contra febre amarela.
Ele apresentou os primeiros sintomas da doença em 21 de janeiro e procurou por assistência em saúde no Hospital Walter Ferrari, em Jaguariúna, no dia 28 daquele mês. Na ocasião, apresentava sinais hemorrágicos e insuficiência renal.
A última ocorrência de febre amarela em humanos na cidade havia sido registrada em 2017, também em um morador da área rural de Sousas, que sobreviveu. No Brasil, a febre amarela urbana não é registrada desde 1942. A forma atual da doença é a febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, encontrados em regiões de mata.
Reforço na vacinação
Diante da situação, equipes de saúde intensificaram as ações de imunização, levando a vacina diretamente às residências de quem vive em regiões de mata. A estratégia visa ampliar a cobertura vacinal e evitar novos casos, considerando que a febre amarela é uma doença grave e potencialmente fatal, transmitida por mosquitos infectados.
A ampliação estratégica contra a febre amarela passou a ser com vacinação de casa em casa realizada por equipes de 26 centros de saúde (CSs). O objetivo é fortalecer a imunização para quem reside em regiões onde o risco de transmissão é maior: área rural, próximas a matas ou com características de floresta.
“Eu acho importante vir nas casas. Como eu não tinha certeza se já tomei, recebi a vacina de novo”, explicou o leiteiro Ronaldo Benetti que foi vacinado em sua casa, na região do CS Joaquim Egídio.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) também se manifestou sobre o cenário da febre amarela no estado. Segundo o órgão, foram confirmados nove casos em humanos por febre amarela neste ano, sendo que um é importado. Quatro casos possuem como local provável de infecção Socorro, dois em Joanópolis, um em Tuiuti, um em Amparo, e o caso importado, em Itapeva, Minas Gerais. Dos oito casos autóctones do Estado, foram registrados cinco óbitos. Em todos os casos, o paciente não havia tomado a vacina da febre amarela.
Desde o ano passado, as ações de vigilância contra a febre amarela vêm sendo intensificadas no estado de São Paulo. A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção, e a SES reforça a importância da imunização diante do aumento de casos da doença.
Autoridades recomendam que todas as pessoas que ainda não tomaram a vacina procurem uma unidade de saúde, especialmente aquelas que residem ou frequentam áreas de risco. A imunização é segura e altamente eficaz, protegendo contra a doença por toda a vida.
Em uma nota oficial enviada ao portal iG Campinas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) diz que casos em macacos foram confirmados: “Neste ano foram confirmados 26 casos de febre amarela em primatas não humanos no estado, sendo 20 em Ribeirão Preto, um em Pinhalzinho, um em Socorro, um em Colina, um em Campinas, um em Osasco e um em Serra Negra. O caso mais recente foi no município de Serra Negra. Para prevenir a ocorrência da doença, as ações de vacinação e de orientação estão sendo intensificadas em toda a região da Grande São Paulo."
A vacina contra a febre amarela integra o calendário de vacinação e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado. A conscientização da população sobre a importância da imunização de rotina é uma medida essencial para prevenir casos graves e proteger a saúde. Na última semana, a Pasta solicitou 6 milhões de doses da vacina contra a febre amarela ao Ministério da Saúde (MS) para distribuição aos 645 municípios e atender à população não vacinada do estado.