Pesquisadores das faculdades de Engenharia Química (FEQ) e Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp desenvolveram um plástico sustentável e comestível, composto por amido e gelatina. O resultado foi fruto do doutorado da pesquisadora Farayde Matta Fakhouri , orientada pelas professoras Lucia Helena Inoocentini Mei , da FEQ, e pela professora Fernanda Paula Collares Queiroz , da FEA.
“O nosso plástico é atóxico e pode ser utilizado em brinquedos e artigos infantis depois de higienizado. Deste modo, se uma criança levar à boca, não haverá problema”, explica a professora Lucia Mei.
O Brasil produz cerca de 11 mil toneladas de lixo plástico por ano, e apenas 1,28% é reciclado, não à toa o país é o quarto no ranking dos que mais produzem esse tipo de lixo. Em busca de soluções sustentáveis para amenizar esse problema, Farayde constatou que, apesar de existir uma produção de bioplásticos, não havia um produto baseado em material comestível.
Testes e aplicação
Até chegar à consistência correta, foram testados diversos amidos com diferentes proporções de gelatina. “Os testes foram essenciais para que conseguíssemos chegar a uma formulação possível de ser soprada sem adição de nenhum aditivo ou outro tipo de composto”, disse a pesquisadora.
O plástico tem potencial para ser utilizado na produção de cosméticos, produtos de higiene, remédios e produtos descartáveis, principalmente embalagens plásticas que geralmente são compostas por polímeros sintéticos. Até por isso, uma empresa licenciou a tecnologia com o apoio da Inova, agência de invocação da Unicamp, e pretende produzir o biofilme para comercializá-lo.