Um dia antes do previsto, o hospital de campanha de Campinas encerrou sua operação na manhã de hoje (12), após zerar o número de pacientes internados. A unidade suspendeu na última quinta-feira (6) o recebimento de novos pacientes, e tinha a previsão de encerrar as atividades amanhã (13), mas com a última alta feita ontem, a data foi antecipada em um dia.
Segundo a Saúde, dos 27 pacientes que estavam internados na última quarta-feira (5), quando o hospital começou a desativação , todos tiveram alta por melhora do quadro, e não foi preciso a transferência para outras unidades, o que era previsto caso o hospital ainda tivesse internados.
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A unidade, que era voltada para casos menos graves termina a operação ao mesmo tempo em que a cidade registra a segunda semana com queda de mortes. Segundo dados do Observatório PUC- Campinas, no período de 2 a 8 de agosto, foram registrados 75 óbitos, 14,7% a menos em relação à semana anterior, em que haviam sido contabilizadas 88 mortes .
Durante toda a operação, segundo a secretaria de Saúde, passaram pelo hospital 614 pacientes, sendo registrados 28 óbitos até o final de julho.
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No platô
Segundo a Prefeitura, a desativação ocorre porque a cidade atingiu um platô de casos de covid-19, mesmo que esse seja um platô ainda elevado. Até esta quarta (12), Campinas contabiliza ao todo 21.934 casos, e 826 vítimas fatais da doença- sendo que ontem o aumento foi de 17 mortes e 589 contaminados.
Durante o anúncio na semana passada, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) justificou a desativação dos leitos para evitar gastos adicionais.
"Isso faz parte do dever de economicidade, que é cuidar das vidas das pessoas mas não desperdiçar dinheiro público", afirmou durante o anúncio.
De acordo com a Administração, o valor do certame para a contratação da equipe e dos gastos do funcionamento foi de pouco mais de R$ 5,2 milhões, pelo período de funcionamento de 60 dias da estrutura.
Segundo a Prefeitura, durante hoje está sendo realizada a limpeza terminal, com desinfecção de todo o local. Já o contrato com o Instituto Bom Jesus, responsável pelos funcionários da unidade, termina amanhã (13). No local atuavam 189 profissionais, entre eles 105 técnicos de enfermagem, 38 enfermeiros e 15 médicos.
O hospital
O hospital de campanha de Campinas foi erguido gratuitamente pela ONG Expedicionários da Saúde no ginásio dos Patrulheiros, na região do Parque Itália, e começou a funcionar no dia 15 de maio , com 36 leitos de enfermaria- para atendimento de pacientes com menos complexidade.
Com pressão na rede de saúde nos últimos meses, a unidade passou por dois carregamentos de leitos adicionais, chegando a 84 antes do encerramento.
Segundo a Prefeitura, a proposta era que o hospital de campanha fosse uma retaguarda para os hospitais Ouro Verde e Mário Gatti, que durante o enfrentamento da pandemia passaram por pressão tanto em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), como em leitos de enfermaria.
Em nota, a Rede Mário Gatti afirmou que vai manter a estrutura física montada no hospital, caso ela precise voltar a ser usada. No entanto, o contrato com o Instituto que fazia a operação foi encerrado.