A RMC (Região Metropolitana de Campinas)
registrou queda de 26% nas exportações
em setembro, comparado ao mesmo período do ano passado. O estudo realizado pelo Observatório PUC-Campinas
, elaborado com base nos dados do Ministério da Economia, mostra que esse é o pior desempenho para o mês nos últimos 10 anos.
Em setembro desse ano a região chegou a US$ 302,59 milhões vendidos ao exterior. Já no mesmo mês de 2019, o valor chegou a US$ 409,73. Nos anos anteriores, as exportações também foram mais lucrativas em setembro, com US$ 452 mi em 2018 e US$ 511 mi em 2017.
Segundo o estudo, a queda esse ano se deu em decorrência do decréscimo expressivo nas exportações de agroquímicos, pneus, peças para motores de ignição, acessórios para veículos e polímeros.
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O resultado só não foi maior devido ao aumento nas vendas externas de medicamentos, centrifugadores, agentes orgânicos e veículos automotivos, que viram suas transações alavancarem 101% em relação ao mês de setembro do ano passado. O setor vem apresentando recuperação nos últimos três meses.
As importações, ainda que de forma mais tímida, também fecharam o mês com queda de 7,97%, comparado a setembro de 2019. As compras externas movimentaram o volume de US$ 1,12 bilhão, com destaque para a aquisição de agroquímicos, compostos químicos, peças para máquinas de escritório e máquinas automáticas para processamento de dados.
Por outro lado, houve diminuição nas compras de circuitos eletrônicos integrados, peças e acessórios para veículos, compostos heterocíclicos de nitrogênio e aparelhos elétricos.
DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL
Com queda nas exportações e importações, a região viu seu déficit comercial cair em 1,1%. No acumulado do ano, o saldo é bastante negativo. Até o momento, o volume importado foi de US$ 8,9 bilhões, enquanto o exportado atingiu US$ 2,4 bilhões, cerca de um terço do valor das importações. Com isso, o saldo da balança comercial da RMC ainda é negativo em quase 6,5 bilhões de dólares no ano.
Responsável pelo estudo, o economista Paulo Oliveira diz que a diferença entre as importações e as exportações resulta da dependência da RMC de insumos industriais vindos do exterior, em especial produtos que exigem maior grau de sofisticação tecnológica das estruturas produtivas.
"Em todo caso, as quedas observadas nas importações ao longo do ano, inclusive em setembro, indicam desaquecimento das atividades em quase todos os setores, com exceção de segmentos específicos da indústria química", explica.
Para o docente extensionista, o momento comercial ainda sofre consequências da pandemia de covid-19. Ao longo do ano, as exportações da RMC caíram para nove dos dez principais mercados de destino. A China é a exceção. Pelo lado das importações, o cenário é o mesmo, com aumento nas compras somente da Índia e do Reino Unido.