O MPE (Ministério Público Eleitoral) recebeu, na tarde desta terça-feira (10), uma denúncia por compra de votos contra a chapa de Rafa Zimbaldi (PL) e sua vice Anna Be (PSDB), que concorrem à Prefeitura de Campinas.
De acordo com a denúncia, no dia 26 de outubro, das 19h às 23h30, houve um evento no qual Rafa e Anna Be participaram. Houve distribuição de pizzas de forma profissional - uma empresa ficou encarregada disso, além de cervejas.
Durante o evento, segundo a denúncia, tanto Rafa quanto sua vice discursaram sobre seus planos de governo. "... Eu peço aqui para que ouçam o que o Rafa tem para falar e mais, que nos ajudem que me ajudem, vocês me conhecem, vocês sabem da minha integridade, honestidade (...). Eu peço para que venham com a gente (...). Vocês são captadores de ideias boas, tem um monte de coisa que vocês estão pensando, então tragam para a gente e vamos construir Campinas juntos", disse a vice.
A denúncia ainda traz o registro de parte do discurso de Rafa Zimbaldi. "(...) Hoje, Campinas tem sido uma cidade muito cara para se desenvolver, para o empresário investir na cidade de Campinas é muito sofrimento. Primeiro pela burocracia, segundo pelo alto custo. E não é só isso, a gente sabe de todos os problemas. Eu não quero ficar aqui me alongando, falando sobre saúde, educação, segurança pública, que, aliás, nós temos bons projetos, e eu posso dizer com muita tranquilidade, o nosso plano de governo é o melhor da cidade de Campinas (...).
Além da distribuição de pizzas e bebidas, havia materiais de campanha de Rafa sendo entregue no local.
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Na agenda divulgada diariamente pelas candidaturas, e publicadas pelo ACidade ON , Rafa esteve presente, no horário da denúncia, em uma "Reunião com lideranças da região do Joaquim Egídio", distrito onde fica localizada a Fazenda Santa Margarida.
O MPE foi procurado, mas até a publicação desta reportagem não se pronunciou.
CONDUTA IRREGULAR
O professor de direito na Unimetrocamp e presidente Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB Campinas, Valdemir Reis Júnior, afirmou que esse tipo de ação é considerada compra de votos pela legislação.
"Almoço, refeição, churrasco, bebida, esse tipo de evento em período eleitoral é uma conduta vedada, porque a lei considera isso uma vantagem ao eleitor. A mesma lei entende isso como compra de votos. Essas festas representam compra de votos, porque são feitas a partir de uma vantagem pessoal oferecida ao eleitor", disse.
OUTRO LADO
A chapa de Farra e Anna Be foi procurada, confirmou a participação no evento e disse que não há ilegalidade nisso.
"Não há qualquer proibição legal na participação de candidatos em eventos como o realizado. Trata-se de denúncia promovida pelos adversários que deverá ser prontamente arquivada. Ao contrário do que acontece com Dario que é réu em ação judicial por compra de voto", diz a nota.
Apesar de citar que Dário é réu em uma ação, o juiz eleitoral ainda não acatou a ação e a denúncia contra Dário está em fase de defesa.