Campinas teve fortes chuvas na noite dessa terça-feira (17) e a cidade ainda pode ser palco de tornados e microexplosões nos próximos dias, alerta o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
A Defesa Civil alertou ontem para chuvas fortes até esta quinta-feira (19). O órgão previu que poderia chover até 50 milímetros neste período, mas ontem foram registrados 52,2 milímetros de chuva - a terceira maior chuva do ano em Campinas .
De acordo com a pesquisadora Ana Ávila, do Cepagri, a rápida formação de nuvens de ontem ocorreu por conta de supercélulas, cujo potencial pode provocar a formação de tornados e microexplosões (leia mais abaixo).
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"Tratam-se de supercélulas, que têm potencial de gerar tornados e microexplosões e de provar danos. São nuvens muito intensas, muito altas na atmosfera, que chegam a 10 ou 12 quilômetros de altura, que formam o granizo e se formam muito rapidamente", disse.
"Nós estamos com a condição propícia a esse tipo de formação. A atmosfera esta bastante instável, com bastante umidade", disse. Ela explica que a umidade pode ser "sugada" pelas supercélulas até a atmosfera e assim se inicia a formação rápida das nuvens de tempestade. "Elas são praticamente imprevisíveis", concluiu.
Veja no vídeo abaixo a explicação da pesquisadora do Cepagri sobre as chuvas fortes de ontem e como os especialistas diferenciam tornados de microexplosões.
VEJA A EXPLICAÇÃO
MICROEXPLOSÃO
Diferente de um tornado, a microexplosão é uma corrente de ar que despenca em linha reta, como um "corredor de vento", sem apresentar espiralidade (como o tornado). Ele cai sobre uma determinada área, se espalhando e "varrendo" o que encontra pelo solo.
Em junho de 2016, Campinas foi atingida por uma microexplosão
que deixou cerca de 100 mil pessoas sem energia elétrica e pelo menos cem árvores caídas pela cidade.
Locais conhecidos de Campinas foram afetados. Além do San Conrado, área mais afetada, também foram atingidos o Colégio São José, a panificadora Bambini, o Educandário, e diversos estabelecimentos na região do Taquaral. O Galleria Shopping ficou fechado por 10 dias para que a estrutura do estabelecimento fosse reformada após a devastação.