A Prefeitura de Campinas confirmou, na tarde desta quinta-feira (19), que vai suspender o envio de pacientes para os leitos de covid-19 do Hospital Metropolitano . O motivo é o imbróglio judicial que a unidade de saúde enfrenta na Justiça do Trabalho.
Segundo um documento enviado ao DGDO (Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional) da Secretaria de Saúde, já foi realizado o bloqueio dos "leitos disponíveis do Hospital Metropolitano impedindo novas internações, e cancelamos a transferência regulada".
O convênio com o Hospital Metropolitano foi assinado no dia 10 de junho e a primeira disponibilidade leitos ocorreu no dia 23 do mesmo mês. No total, foram bloqueados nove leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 17 de enfermaria.
Na quarta-feira (18), foram transferidos 14 pacientes para leitos na Casa de Saúde e Hospital Ouro Verde. Outros quatro pacientes ainda estão no Hospital Metropolitano e serão encaminhados hoje para outras unidades.
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A Prefeitura de Campinas informou que está cumprindo uma decisão da Justiça do Trabalho para que seja depositado em juízo o valor do contrato com a unidade.
"O bloqueio de leitos e transferência dos pacientes se deu por cautela da Secretaria Municipal de Saúde em razão da possibilidade de que o Hospital Metropolitano não possa mais arcar com o contrato após o pagamento em juízo", disse.
A reportagem tentou contato com o hospital, mas não houve retorno. A matéria será atualizada caso isso ocorra.
CASOS E OCUPAÇÃO
A taxa de ocupação dos leitos UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) exclusivos para pacientes com sintomas graves do novo coronavírus caiu novamente em Campinas. Segundo a Prefeitura, a taxa hoje é de 56,2%. Ontem, era de 57,4%.
E segundo boletim epidemiológico divulgado hoje, Campinas tem mais duas mortes e chega a 39 mil recuperados. Com a atualização dos casos, a cidade contabiliza ainda 40.981 pessoas já infectadas, e 1.351 vítimas fatais.
ENTENDA O CASO
O Hospital Metropolitano, localizado na Avenida das Amoreiras, é particular e teve as atividades interrompidas em março por falta de verba. O fechamento resultou em centenas de profissionais com salários e benefícios atrasados, e a Justiça determinou uma intervenção na unidade para garantir a quantidade da prestação dos serviços.
A ação, que corria na Justiça, pedia o valor repassado pela Prefeitura de Campinas para o pagamento de dívidas trabalhistas dos antigos funcionários, já o Hospital alegava que o valor recebido era necessário para as atividades.
Uma decisão da 2ª Vara do Trabalho de Campinas obrigou que todo o repasse da Prefeitura seria destinada ao pagamento das dívidas, mas a unidade entrou com recurso para impedir a execução da determinação, o recurso foi aceito.
O hospital alega não conseguir realizar o atendimento sem utilizar o valor repassado pela Administração. Desde então, a Prefeitura deposita o valor em juízo.