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Como os partidos coligados com Rafa e Dário se relacionam com Bolsonaro
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Como os partidos coligados com Rafa e Dário se relacionam com Bolsonaro

Entre os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições à Prefeitura de Campinas , tanto Dário Saadi (Republicanos) quanto Rafa Zimbald i (PL) são apoiados por partidos bastante leais ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. A constatação foi feita com base em um levantamento realizado pelo site Congresso em Foco. 

A chapa mais "bolsonarista" é a de Rafa Zimbaldi. Desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, os oito partidos da coligação da coligação votaram a favor do presidente em 85,1% dos projetos analisados no Congresso, em média. 

O líder de lealdade é o PSC (93%), seguido pelo PSDB (92%), PP (91%), PL (90%) e Solidariedade (89%). Na sequência, com taxas de aprovação menores, aparecem Podemos (77%), Pros (75%) e Avante (74%). 

No lado de Sário Saadi (Republicanos), o índice é só um pouco mais baixo. Na média, os cinco partidos que integram a coligação votaram com Bolsonaro em 83,5% das análises de projetos do governo no Congresso. 

O PSL, partido que elegeu Bolsonaro, lidera a lista, com 97%, seguido pelo DEM (93%), MDB (91%) e Republicanos (91%). O partido que joga a média para baixo é justamente o PSB, posicionado à centro-esquerda, que aprovou apenas 46% dos projetos de Bolsonaro no Congresso. A legenda é onde estão o atual prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e o vice na chapa de Dário, Wanderley Almeida. 

APOIOS

No segundo turno, tanto a chapa de Dário quanto a de Rafa ganharam apoios importantes de candidatos e partidos alinhados com as ideias do presidente Jair Bolsonaro. 

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A mais relevante talvez seja a de Artur Orsi (PSD), quarto colocado no primeiro turno, que anunciou apoio a Dário. Outras lideranças do partido na cidade, no entanto, correram para esclarecer que se trata de uma iniciativa "pessoal" de Orsi, tomada sem o aval do partido. 

Wilson Matos (Patriota) e Delegada Teresinha (PTB), que seguem a linha conservadora mas que durante a campanha evitaram citar explicitamente a conexão de suas propostas com as do presidente, resolveram apoiar Zimbaldi no segundo turno. 

POLARIZAÇÃO

Questionados sobre a influência do apoio a Bolsonaro dos partidos que integram suas coligações e a suposta ligação com as campanhas municipais, os candidatos desconversam. 

"Hoje está tudo polarizado. Tudo fica dividido entre o lado do Bolsonaro e o lado oposto. Eu defendo o equilíbrio e acredito no diálogo. Como prefeito vou buscar diálogo com todas as autoridades, de qualquer partido, para o bem de Campinas", disse Zimbaldi ao  ACidade ON. 

Candidato a vice de Dário e ex-secretário de Relações Institucionais de Jonas, Wanderley Almeida (PSB) disse que a relação dos partidos em Brasília não interfere necessariamente na realidade local. "Em época de eleição todo mundo lembra disso. Mas no dia a dia da administração vale mais o contato de pessoa para pessoa", afirmou. 

RELAÇÃO COMPLEXA

O cientista político Bruno Silva, da Unesp de Araraquara, diz que essa aproximação nacional com a realidade local é sempre complexa. "Mesmo que os partidos sejam alinhados com o Bolsonaro, faltam lideranças locais que atuam da mesma forma do Bolsonaro. Além disso em nível sempre há interesses diferentes das pautas de nível federal", disse. 

Ele também questiona a lealdade dos partidos a Bolsonaro. "Dizer que os partidos tem um 'nível de bolsonarismo' é presumir que os partidos atuam de forma coesa, e isso é complicado porque o próprio Bolsonaro é uma figura antipolítica, que não está em partido nenhum", afirmou.

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