A RMC (Região Metropolitana de Campinas)
teve de janeiro a outubro deste ano 7.672 empresas encerradas
. Os dados foram divulgados pela Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), e abordam os registros de cancelamento do CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
Segundo o balanço, Campinas lidera o ranking com folga, com 3.180 empresas encerradas neste ano. Em seguida vem Indaiatuba, com 776 encerramentos, e Americana, com 744.
Segundo especialistas, grande parte do fechamento se deve aos impactos econômicos da pandemia, que causou a obrigatoriedade do fechamento das empresas como medida de combate a disseminação da doença.
Atualmente, com a região na fase amarela do Plano São Paulo, o comércio tem autorização para funcionamento por 12h diárias, já os demais setores estão limitados em 10h.
ABERTURA
A crise causada pela doença também impactou na abertura de novas empresas. Segundo a Jucesp, houve diminuição de 7,22% comparado com o ano passado, sendo que de janeiro a outubro 11.278 empresas foram abertas neste ano, contra 12.155 no ano passado.
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COMPARATIVO
Apesar do grande número de empresas encerradas neste ano, no comparativo com o ano passado, o número de fechamentos diminuiu. Ao todo, no mesmo período em 2019, foram encerradas 10.988 empresas, sendo 4.382 em Campinas.
Segundo o advogado Felipe Granito, que trabalha na área do direito empresarial, o número atual além de subnotificado, mostra um cenário ainda pior por vir.
De acordo com Granito, o número de empresários que fechou seu estabelecimento não é ao todo listado no balanço. A maioria permanece com dívidas acumuladas por causa da crise, o que impossibilita o encerramento do CNPJ.
"São dados que ainda não refletem a realidade, porque uma empresa só encerra oficialmente as atividades depois que quita as dívidas e os débitos bancários. O que temos hoje são números infinitamente maiores, com muitas empresas que já fecharam as portas, mas os proprietários não têm condições para pagar as contas que devem", afirmou.
Segundo o especialista, o resultado desses fechamentos vai ser visto ainda nos próximos meses, podendo ser refletido ainda até pelos próximos dois anos.
"O que a gente espera é pior do que já estávamos vivendo. Ainda estamos passando pelos reflexos de crises anteriores. No ano passado houve uma tendência de melhora, mas agora vai ser disparado. Uma crise dessa traz reflexos para vários anos", afirmou.