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Natal: famlias optam por fim de ano sem viagens e ceias restritas
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Natal: famlias optam por fim de ano sem viagens e ceias restritas


O Natal é conhecido como o dia tradicional de reunir a família. Na mesa tem espaço para o tio do pavê, para a tia que pergunta dos namoradinhos, para o primo viajado e até para elas: as uvas passas. Nesse dia a troca é de presentes, de abraços e de bons discursos.  

Mas, assim como as demais datas festivas desse ano, as celebrações de Natal sofrerão algumas mudanças. Com a pandemia do coronavírus e o medo de perder quem se ama, muitas famílias optaram por uma ceia restrita e um fim de ano sem viagens.  

Esse é caso da Rita Melare, de Campinas. A família dela é grande e só uma mesa não dá conta de reunir as 40 pessoas com quem sempre comemora o Natal. "Todos os anos reuníamos para ceia de Natal, e comemorávamos o Ano Novo à noite e durante o dia", conta.   

Por entender que o momento exige cuidados, a família de Rita optou por dividir a ceia em grupos de seis pessoas. Sem aglomerações, ela garante que todos seguirão as medidas sanitárias, como o uso de máscara e álcool em gel, além do distanciamento social.   

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Rita e sua família: cuidados na hora da ceia. (Foto: Arquivo Pessoal)



"O lugar escolhido para a ceia vai ser aberto. Todos que chegarem vão usar álcool gel, e álcool nas solas dos sapatos. As colheres serão individuais e todo mundo terá que usar gel antes de tocar o talher do prato principal. E eu e minhas irmãs vamos sempre observar se todos estão seguindo as regras", relata.

SEM ABRAÇOS E BEIJOS

Mais que estar perto, Rita acredita que o Natal é época de demonstrar amor e respeito aos entes queridos. Por isso, colocá-los em risco, com a casa cheia e sem preocupações com a saúde, iria contra o espírito natalino.  

"Enfim, um Natal completamente atípico, mas acho que o verdadeiro espírito é esse: amar uns aos outros e respeitar para que todos fiquem bem, até que tudo isso passe, sem abraços e sem beijos", ressalta.  

Ela ainda destaca que a falta de toque será difícil, e que anseia pelo Natal do ano que vem. Até lá, Rita acredita que o pior já terá passado.
"Triste para uma família que em todo momento que nos encontrávamos nos beijávamos. Mas é necessário, estamos assim desde o começo dessa pandemia. Até agora, graças aos cuidados e a Deus, nenhum membro da minha família foi infectado, e espero que continue assim", comenta.

SEM DINHEIRO

Além de manter todos mais distantes uns dos outros, a pandemia também afetou a vida financeira de muitos. Com empresas falindo, o número de desempregados consequentemente subiu. A assistente administrativa Fernanda Peres Lopes foi uma dessas pessoas que sentiram o impacto financeiro.   

Fernanda e sua família no Natal passado (Foto: Arquivo Pessoal)


Ela trabalhava no ramo de eventos - mais precisamente no setor de ambientação e decoração para casamentos -, e a área foi bem prejudicada, visto que muitos eventos precisaram ser adiados ou desmarcados.  

"Estou desempregada e em janeiro é minha última parcela do seguro desemprego. Não sei o que me espera, mas pelo menos terei uma reserva para uns meses. Enquanto as pessoas pensam em gastar e torrar o dinheiro, eu penso no futuro", argumenta.  

E SEM FAMÍLIA

Saudosa, Fernanda relembra dos anos anteriores, em que comemorou as festas ao lado dos familiares, em uma cidadezinha do interior chamada Adolfo. Ela conta que o último Natal foi ainda mais especial, pois ela recebeu a vista de um tio que não é muito chegado na data.

"Eu consegui trazer meu tio para passar o Natal conosco, ele não faz isso em nenhum ano. Esse Natal ficou pra história e eu fiquei tão feliz", complementa.

Sem dinheiro, esse ano ela também terá que passar a data sem a família. "Passávamos o fim de ano muito alegres e divertidos. Esse ano, por conta da pandemia e também pensando pelo lado financeiro, resolvi passar aqui [em Campinas]", revela.

Os planos são os mesmos para o feriado de Ano Novo. "Minha pretensão é ficar dentro de casa e agradecer a Deus por termos saúde e estarmos vivo, pois muitos estão enterrando seus entes queridos ou estão em leitos de hospitais travando uma batalha", expõe.

Apesar dos obstáculos que o ano impôs, Fernanda garante que não perdeu a fé de que dias melhores virão. "Tenho fé e esperança de que o ano de 2021 será um ano de muita positividade, prosperidade e que poderemos abraçar e beijar nossos familiares e amigos", finaliza. 

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