ON Explica: Não é necessário o uso de luvas na aplicação da vacina
Reprodução: ACidade ON
ON Explica: Não é necessário o uso de luvas na aplicação da vacina

Com o início da campanha de vacinação contra a covid-19 em Campinas e em todo o país, a imagem de profissionais da saúde aplicando a vacina sem luvas de proteção fez surgir uma série de comentários sobre a falta do item durante a aplicação.

"Povo de Campinas não usa luvas?", "Esse povo aplicando a vacina não tem luvas?", "A luva está tão cara que nem estão usando" e "Top, só faltou a luva". Esses foram alguns dos comentários de seguidores que teceram a discussão no Instagram do ACidade ON Campinas .

Afinal, a luva é necessária ou não durante a aplicação de vacinas? De acordo com o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem ), ela é necessária "somente com indicações específicas e trocadas entre os pacientes, com adequada higienização das mãos". Ou seja, o profissional que aplica o imunizante precisa usar a luva apenas em casos específicos.

Conforme explicou James Francisco dos Santos, presidente do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), o uso da luva durante a aplicação da vacina é recomendado para casos de pacientes que têm algum tipo de risco para o profissional aplicador.

"Se o paciente tem alguma lesão, alguma secreção no corpo que possa produzir contaminação ao profissional o uso da luva se faz necessário", disse. Além disso, se o aplicador também possuir qualquer tipo de lesão na mão, ele deve fazer uso das luvas para se proteger e proteger os pacientes.

Santos lembra ainda que as luvas devem ser trocadas e as mãos higienizadas entre um paciente e outro. 



DE ANTES DO COVID

Ainda segundo Santos, esse protocolo foi feito em 2014, bem antes do surgimento da pandemia de novo coronavírus no país e no mundo.

O presidente do Coren-SP se refere ao documento "Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação", publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde. No texto, é declarado que "a administração de vacinas por via parenteral não requer paramentação especial para a sua execução".

O documento detalha ainda, a necessidade da proteção apenas em casos específicos. "A exceção se dá quando o vacinador apresenta lesões abertas com soluções de continuidade nas mãos. Excepcionalmente nesta situação, orienta-se a utilização de luvas, a fim de se evitar contaminação tanto do imunobiológico quanto do usuário", explica o manual.

Santos diz que essa documentação, publicada há sete anos, foi questionada nesse momento de pandemia, mas ele afirma que "foi feita revisão do nosso parecer junto ao Cofen no dia 20 de janeiro, trazendo um alinhamento entre aquilo que se determina o Conselho Federal de Enfermagem e os demais conselhos regionais dos estados".

Ademais, no início da pandemia, em março passado, na espera por uma vacina, o Ministério da Defesa publicou uma nota técnica em que descarta o uso de luvas durante uma campanha de vacinação. Assim como os conselhos federal e estadual, a nota técnica também usa como base o manual de normas publicado em 2014.

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