O Instituto Pavão Cultural
, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas,
está com a e xposição Mãe Preta
, da dupla de artistas Isabel Löfgren
e Patricia Gouvêa
, aberta até o dia 18 de abril.
A mostra é parte da programação do XII Festival Hercule Florence e faz uma reflexão sobre imagens da maternidade negra em arquivos históricos e a luta dessas mulheres contra o racismo e a violência.
Segundo as artistas, o ponto de partida da exposição são representações de relações maternas no vasto acervo de imagens da escravidão feitas por artistas viajantes e fotógrafos, além de jornais de época. Por meio de intervenções nessas imagens com objetos óticos, como lupas e vidros, são destacadas a duplicidade e complexidade das relações das amas-de-leite com as crianças brancas aos seus cuidados e com seus próprios filhos.
Dois trabalhos em vídeo completam o projeto, realizados em parceria com mães negras do Rio de Janeiro e com lideranças femininas do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, no Maranhão.
FAZENDA ROSEIRA
Nesta nova montagem em Campinas, onde a relação da cidade com a memória da escravidão sofreu diversos apagamentos históricos, segundo as artistas, o evento conta ainda com parceria do Grupo Cultural Fazenda Roseira, onde a instalação estará de forma permanente por meio de réplicas do Mural das Heroínas Negras, com retratos de dezesseis entre centenas heroínas negras na história brasileira e que simbolizam a presença fundamental da mulher negra na formação histórica do país.
"A cegueira da sociedade branca brasileira em relação à questão racial é por definição criminosa, pois advém de um legado escravagista que ela custa em admitir e reparar. Acreditamos que a arte tem uma importante contribuição na luta antifascista, pois tem o poder de criar novas imagens e novos vocabulários que operam no inconsciente dos espectadores", afirma Patrícia.
Mãe Preta teve sua primeira montagem em 2016 no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos no Rio de Janeiro, por meio do Edital Fomenta Cidade Olímpica; pelo Palácio das Artes em Belo Horizonte em 2017 como uma das selecionadas no edital da Fundação Clóvis Salgado e, com o Prêmio Circulação Conexão Artes Visuais da Funarte, foi apresentada no Complexo Funarte em São Paulo em 2018 e no Chão SLZ em São Luís do Maranhão entre 2018/2019.
PROTOCOLOS
A exposição seguirá os protocolos sanitários prévios em todos os locais como uso de máscaras obrigatório e visitas controladas segundo as características de cada espaço. Todos os locais possuem área externa para aguardar o horário de visitação.
As visitas podem ser feitas por agendamento prévio pelo telefone: 19 996334104 ou visitação espontânea sujeita ao controle de no máximo 15 pessoas por horário. Os visitantes devem ainda seguir as orientações do local, fazer uso de máscaras, manter distanciamento social, higienização dos calçados na entrada, medição de temperatura e higienização de mãos com álcool em gel disponível no local.