Campinas retrocede hoje (1º) à fase laranja do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena. Com o aumento de casos da Covid-19 , internação em UTI e também das mortes nas últimas semanas, na sexta-feira passada o governo estadual classificou a região com regras mais rígidas. Até então, Campinas estava desde o dia 5 de fevereiro na fase amarela - menos restritiva.
Nessa nova fase, os bares ficam proibidos de atender presencialmente. Já os restaurantes, comércios em geral e serviços podem abrir por até oito horas diárias, entre 6h e 20h. Vale lembrar que neste momento, não haverá as duas horas de tolerância para os restaurantes. A capacidade de atendimento é limitada a 40% de ocupação.
As escolas também podem funcionar mas a ocupação cai de 70% da fase amarela para 35%. As atividades presenciais no ensino superior estão proibidas, com exceção dos cursos da área de saúde, que podem funcionar com capacidade de 100%.
Você viu?
Após o anúncio do governo estadual, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) da RMC (Região Metropolitana de Campinas) afirmou que a medida vai desencadear uma segunda onda de quebra de negócios e demissões. Os bares podem funcionar apenas para a retirada ou serviços de delivery.
O secretário de Justiça, Petter Panutto, explicou que hoje será publicado um decreto revogando a fase vermelha noturna na cidade. "Nós vamos revogar o decreto, porque na Fase Laranja os estabelecimentos só podem funcionar até as 20h", disse.
Os serviços essenciais continuam autorizados a funcionar normalmente, entre eles farmácias, mercados, padarias, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, meios de transporte coletivo; transportadoras, oficinas de veículos, hotéis, pousadas e outros serviços de hotelaria e pet shops.
VEJA AS REGRAS DA FASE LARANJA
Seguindo a regra de até oito horas diárias, com atendimento presencial limitado a 40% da capacidade e encerramento às 20h, podem funcionar todos os setores da economia (exceto bares). Entre eles estão incluídos:
- Academias
- Salões de beleza
- Restaurantes
- Cinemas
- Teatros
- Shoppings
- Concessionárias
- Escritórios
- Parques estaduais
SHOPPINGS E GALERIAS
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
Praças de alimentação funcionamento de acordo com a categoria do estabelecimento.
COMÉRCIO
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
COMÉRCIO VAREJISTA DE MERCADORIAS: LOJAS DE CONVENIÊNCIA
VENDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Entre 6h e 20h
SERVIÇOS
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
CONSUMO LOCAL: RESTAURANTES E SIMILARES
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
CONSUMO LOCAL: BARES
Atividade não permitida
CLUBES
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%, sem atividades coletivas
Piscinas: fechadas para recreação; abertas apenas para treinos em raias individuais.
PARQUES PÚBLICOS
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
SALÕES DE BELEZA E BARBEARIAS
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
ACADEMIAS DE ESPORTES DE TODAS AS MODALIDADES E CENTROS DE GINÁSTICA
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
EVENTOS, CONVENÇÕES E ATIVIDADES CULTURAIS
Horário reduzido (8h) entre 6h e 20h
Capacidade: 40%
DEMAIS ATIVIDADES QUE GERAM AGLOMERAÇÃO
Não são permitidas
TOQUE DE RESTRIÇÃO
Junto com a fase laranja, Campinas também está sob dois toques de restrição, um estadual e um municipal - que termina hoje. O estadual foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) na última quarta-feira (24) e proíbe a circulação de pessoas das 23h às 5h. Essa medida vale até o dia 14 de março.
O municipal é ainda mais rígido, com uma fase vermelha noturna entre às 21h e 5h da manhã. A medida, que também vale aos finais de semana, é válida até hoje, visto que a fase laranja já proíbe funcionamento de serviços não essenciais após às 20h.
MOTIVOS PARA O RETROCESSO
A pressão em leitos de UTI para covid-19 foi o indicador responsável por colocar novamente toda a região na fase laranja do Plano. A média de ocupação total do DRS (Departamento Regional de Saúde) Campinas era de 73,4% em leitos de UTI covid-19, segundo dados retirados na sexta-feira da Fundação Seade. As regras para endurecimento limitam a ocupação em 70%.
Atualmente, algumas cidades da região têm enfrentado pressão na rede pública de saúde, como é o caso de Campinas, que no fim de semana passado chegou a 100% dos leitos de UTI para covid-19 ocupados. No último balanço divulgado na sexta-feira (26) a taxa geral era de 85,06% de ocupação entre os setores públicos e privados.
PARA EVITAR COLAPSO
Segundo o governo, São Paulo teve aumento de 140% no total de leitos UTI SUS, atingindo a marca de 8.500 leitos neste mês. Ao todo já foram oito medidas restritivas feitas pelo Estado desde novembro.
Segundo o governo, sem medidas mais restritivas e com o ritmo atual de crescimento de pacientes internados em UTIS "em 20 dias o Estado poderia ter o esgotamento de leitos UTI COVID", dizia o documento oficial.