O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), afirmou hoje (15) que se reunirá amanhã (16), de forma virtual, com os prefeitos das cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) para debater um possível lockdown. A adoção de medidas mais restritivas foi informada hoje, após uma reunião com gestores de hospitais públicos e privados.
Nesta reunião, foi determinada ainda a suspensão das cirurgias eletivas na rede privada. Isso porque a rede de saúde de Campinas está pressionada pelo avanço da pandemia de covid, além da possibilidade da circulação da nova cepa, que atinge pessoas mais jovens.
Hoje, Campinas bateu a marca de 2 mil mortos desde o início da pandemia e a própria Administração já considera o atual momento como o pior da pandemia (veja mais aqui).
Também nesta segunda o SUS municipal e estadual - que é o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp - atingiram lotação máxima. Não há leitos no SUS na cidade para pacientes com coronavírus. Apenas a rede privada tem 19 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis.
Ontem, Dário já havia informado que a cidade mantinha 100 pacientes na fila de espera aguardando leitos de covid específicos em UTIs e enfermarias da cidade.
EM ARARAQUARA
Araraquara, a 188 km de Campinas, foi a primeira cidade do Brasil a adotar o lockdown completo. Ele começou no dia 21 de fevereiro, com duração de 10 dias e ajudou a derrubar os casos no local. Após a medida, a cidade viu novos casos de covid-19 caírem para quase um terço do total registrado antes do período de restrição total na cidade.
Na cidade, só foi permitido que farmácias e unidades de saúde abrissem. O transporte coletivo não funcionou, supermercados só puderam atender por delivery nos sete dias seguintes e a circulação de veículos e pessoas sem justificativa foi vetada.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também afirmou que não descarta endurecer ainda mais as restrições no estado para conter o avanço da Covid-19 caso a atual fase emergencial não dê resultados. Segundo Doria, a fase mais aguda de restrições seria um lockdown (confinamento).
MAIS LEITOS
Em Campinas, Dário afirmou hoje ainda que cobrou agilidade do Governo do Estado para disponibilizar os 20 leitos de UTI no AME (Ambulatório Médico de Especialidades), já anunciados pelo Estado, e a urgente ampliação de leitos de UTI e de enfermaria no HC da Unicamp.
Na reunião de hoje, participaram o secretário municipal de Saúde, Lair Zambon; o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni; a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben; a diretora de Saúde, Deise Hadich; presidentes e superintendentes de 12 hospitais privados e de planos de saúde.
DESDE FEVEREIRO
A situação é considerada crítica desde o dia 22 de fevereiro, quando o SUS municipal atingiu 100% de ocupação. Desde então, tanto a rede municipal como o HC têm enfrentado dias de lotação com o acirramento da pandemia de covid em Campinas.