Casim tem 127% de ocupação em leitos de UTI.
Divulgação/Unicamp
Casim tem 127% de ocupação em leitos de UTI.

O Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) da Unicamp afirmou hoje (18) que mantém uma hiperlotação , com taxa de ocupação passando de 125% nos leitos disponíveis no hospital para bebês nas últimas semanas. Com 19 internados na UTI Neonatal hoje, a taxa de ocupação é de 127%, e as novas internações neonatal e obstétrica estão suspensas.

Com a sobrecarga, segundo superintendente do hospital, Luís Otávio Zanatta Sarian, estão sendo encaminhados ofícios à Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) duas vezes ao dia. No último, é citado a grave situação do hospital.

"A UTI Neonatal não dispõe de vagas para as próximas horas. Dos 19 RNs (recém nascidos) internados, 12 estão sob ventilação mecânica, ainda temos quatro em isolamento covid-19, o que nos obriga a uma adequação do espaço físico para garantir a segurança da assistência, nos impedindo de receber novas internações. Estamos em situação crítica de atendimento, já que nosso limite foi muito ultrapassado" diz o texto.

A nota, cita ainda o fechamento da internação neonatal e obstétrica, solicitando o redirecionamento dos casos para outros serviços de saúde de Campinas e região.

HIPERLOTAÇÃO E AGRAVAMENTO PELA PANDEMIA

Segundo Sarian, o cenário, que já era difícil, vem se agravando ainda mais por causa da pandemia. O hospital, que alega lotação desde 2016, tem a suspensão atual das internações neonatais e de obstetrícia de baixo, médio e alto risco.

"Nossa UTI neonatal está com excesso de lotação de forma praticamente ininterrupta desde 2016. O que mudou agora é que se tornou hiperlotação, com a taxa de ocupação passando de 125%", disse o superintendente do hospital, Luís Otávio Zanatta Sarian. 

Segundo ele, grande demanda vem dos casos de grávidas contaminadas com covid-19, que também lotam os leitos de UTI para adultos. 

"O agravante é a pandemia, devido ao aumento de demanda, estamos com nossa UTI adulto (obstetrícia e oncologia) com 100% de ocupação também. Com isso, ficamos de mãos atadas na hora de receber gestantes com fetos prematuros", disse, afirmando que esse hiperlotação vem das últimas semanas. 

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"Aumentou a demanda de gestantes, com gestações pré-termo (que se nascer, o bebê vai precisar de UTI) com covid, e aí temos um problema, porque como daremos suporte às gestantes, não teremos onde colocar o bebê" explicou. 


O CENÁRIO

Segundo Sarian, ontem (17) o Caism chegou a ter 40 bebês prematuros internados, enquanto há somente 30 vagas. Hoje, são 36.
Ao todo, segundo o superintendente, são 15 vagas em UTI neonatal, e 15 de UCI (Unidade de Cuidados intermediários), mas devido a gravidade dos casos e a hiperlotação, praticamente todas as vagas de UCI estão ocupadas com bebês que demandam cuidados de UTI. 

"Sobrecarrega o hospital. Nenhum dos leitos além dos 30 é pago pelo SUS. As equipes são dimensionadas pra 30 leitos, temos que alugar equipamentos extras, e as condições de atendimento ficam comprometidas, tentamos transferir os bebês continuamente" explicou. Segundo Sarian, por enquanto o aumento de internação ainda não tem refletido no aumento na mortalidade, no entanto, a situação "está no limite".

O QUE DIZ O ESTADO?

Procurada, a secretaria estadual de Saúde ainda não respondeu sobre a superlotação nos atendimentos na unidade e o que tem sido feito para garantir o atendimento a gravidas e recém-nascidos. 

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