Hospitais privados de Campinas tem kit intubação para mais uma semana
Reprodução: ACidade ON
Hospitais privados de Campinas tem kit intubação para mais uma semana

O presidente da Rede Mário Gatti, Sergio Bisogni, declarou hoje (27) que a situação de abertura de leitos para atender pacientes com covid-19 está chegando "no limite" nos hospitais de Campinas

Com a falta de profissionais e a alta demanda de internados, Bisogni relatou que o chamado "kit intubação" em estoque é suficiente apenas para uma semana na rede privada, e para 15 dias na Rede Mário Gatti - que gerencia os atendimentos de leitos municipais. 

Ontem, Campinas chegou ao maior número de ocupação de leitos hospitalares desde o início da pandemia. Mesmo com a abertura de 18 novos leitos, havia apenas oito leitos livres na cidade - todos na rede privada. As unidades de saúde municipais e estaduais estavam todas lotadas. Ao todo, 434 pacientes com a doença estavam internados em leitos de UTI na cidade. 

"Ontem tivermos uma reunião com os diretores técnicos da maioria dos hospitais de Campinas. Todos são unanimes em faltar que não está faltando medicação, mas as empresas estão no limite de produção. Então as compras que provisionavamos para 30, 60 dias, estão sendo entregues para 10 e 15 dias. Os hospitais privados relataram que tem previsão de medicamentos para 5 a 7 dias. A Rede Mario Gatti, hoje, tem para em torno de 15 dias. Os remédios estão ai, mas nós estamos preocupados porque a gente não consegue ter em mãos. Eles chegam aos poucos", relatou. 

Ainda segundo o presidente da Rede, a última semana foi intensa e mesmo com as aberturas de leitos, a cidade está no limite do número de novos leitos possíveis de abrir. 

"A pressão essa semana foi muito complicada, foi uma pressão terrível. O mais preocupante é que estamos chegando no limite de abertura de leitos, razão pela qual houve endurecimentos. As restrições aumentaram nessa semana na tentativa de diminuir a expansão de infecções por covid. Nós estamos chegando no limite. Esse é o aviso que temos que dar", disse. 

Segundo Bisogni, por volta das 10h da manhã de hoje, cerca de 185 pessoas esperavam na fila de regulação de leitos da Prefeitura, sendo 86 para enfermaria e 97 para UTI. 

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HOSPITAL DE CAMPANHA E MAIS RECARGA

Além das dificuldades nas aberturas de novos leitos, Bisogni disse que a reabertura do hospital de campanha, na sede dos Patrulheiros, no Parque Itália, está condicionada a compra de tanques de oxigênio. 

"Estamos com quase tudo pronto para reabrir o hospital de campanha com ajuda dos Expedicionários da Saúde. O que está retardando a abertura é a dificuldade em conseguir um tanque de oxigênio. A estrutura está montada, as camas estão lá, as equipes em contratação, mas o tanque estamos com dificuldade de achar no mercado", afirmou. 

A Prefeitura já havia confirmado no começo deste mês a reabertura da estrutura , que funcionou por cerca de três meses no ano passado. O hospital de campanha terá 36 leitos de enfermaria. A unidade, que atua somente com leitos para casos menos graves, funcionou entre maio e agosto do ano passado.

Já sobre a possibilidade de uma nova recarga de leitos nos hospitais municipais, o presidente da Rede Mário Gatti afirmou que esbarra na falta de profissionais, mas há tratativas para abrir mais leitos até a semana que vem. 

"Existe a perspectiva de abertura de alguns leitos na semana que vem. Mas estamos esbarrando em problemas com a falta de rh. As empresas estão tendo dificuldades nas contratações de profissionais e isso dificulda a abertura de leitos. Então estamos providenciando, se conseguirmos, iremos abrir mais 10 leitos de UTI no Mário Gatti e mais 13 leitos de enfermaria no Ouro Verde", afirmou.

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