Mortes de moradores de rua em Campinas crescem 52,6% em um ano
Reprodução: ACidade ON
Mortes de moradores de rua em Campinas crescem 52,6% em um ano

O número de mortes de moradores em situação de rua de Campinas cresceu 52,63% entre 2019 e 2020 , segundo dados levantados pela reportagem do ACidade ON Campinas  com base em números fornecidos pelo Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) e CnaR (Consultório na Rua).

De acordo com o levantamento, em 2019 foram registrados 20 óbitos. Já no passado - marcado pela pandemia -, esse número saltou para 38 casos. Destes, sete são por suspeita ou confirmados por covid-19 como a causa da morte- um percentual de 18,4%.

Além disso, entre 2018 e 2017 Campinas registrou 17 óbitos. O documento traz ainda as mortes de 2016 (12 ), 2015 (11), 2014 (5) e 2013 (4).

FAIXA ETÁRIA

Quanto a distribuição desses óbitos por faixa etária, a maioria aconteceu entre pessoas com idades entre 20 e 39 anos (42,1%) e foi maior entre os registrados como sendo do sexo masculino (86,8%). Quanto a raça/cor 55,3% foram registrados enquanto pardas e pretas, e 34,2% brancas.

Dentre as causas de óbito dois foram confirmados para covid-19 e outros cinco foram registrados como suspeita pela mesma doença. Quanto a outras causas de mortes, 18,4% foram óbitos por causas externas (agressão, atropelamentos e suicídio).

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Segundo dados do começo de 2020, divulgados pela Prefeitura de Campinas, a cidade possuía 822 pessoas vivendo em situação de rua.

Este número é o terceiro maior já contado na cidade. Ele fica atrás apenas do ano de 2008 que somou 1.027 e de 2012 com 960.

De acordo com censo, a maior parte da população de rua ainda está na região Leste de Campinas onde está o Centro e bairros como Taquaral e Guanabara - representando 49% de toda a população.

Mas, o dado mostra uma descentralização dos moradores, com a migração para outros bairros. Em 2016 nessa região a concentração era maior -de 60%.

A PREFEITURA

Procurada, a Prefeitura de Campinas informou que os dados apontados na matéria parte de um inquérito populacional realizado pelo Consultório na Rua, serviço assistencial conveniado, e não da fonte oficial de mortalidade de Campinas

"Não foi avaliada questão específica da população em situação de rua para anos anteriores a 2020 (números absolutos de mortes), o que não permite uma análise comparativa entre os anos 2019-2020. Portanto, até o presente momento, estes são dados extraoficiais", diz a nota.


Além disso, a Prefeitura informou que em 2020 foram criados dois abrigos especiais para população em situação de rua para o enfrentamento da pandemia de covid-19. Um deles especializado em receber pessoas que necessitem de isolamento social por estar sintomático respiratório. O outro voltado para pessoas que são do grupo de risco.

"Além disso, houve a ampliação do horário de funcionamento do Consultório na Rua para os finais de semana e também a revisão das atividades do serviço para auxiliar na contenção da disseminação da doença", completou.

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