Ônibus durante higienização contra a Covid-19 em Campinas.
Reprodução/EMDEC
Ônibus durante higienização contra a Covid-19 em Campinas.

A Justiça de Campinas negou à Prefeitura a prorrogação do contrato emergencial do transporte coletivo da cidade. Para o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Wagner Roby Gidaro, a medida é indevida e mostra que "as empresas atuais querem mesmo é manter o sistema atual de contratação emergencial". A decisão é desta segunda-feira (26) e cabe recurso.

O juiz se pronunciou após o MP (Ministério Público) não concordar com a prorrogação do contrato emergencial, que vence no dia 29 de abril. Além disso, a Secretaria de Transportes não conseguiu dar andamento na nova licitação do transporte coletivo.

Por conta disso, a Administração Municipal apresentou à Justiça petição alegando o término do prazo das contratações emergenciais na cidade. Sobre o caso, o juiz disse que "de fato, a situação é bem complicada, pois a licitação sequer está em andamento e os contratos emergenciais se expiram amanhã. O Município, por outro lado, não pode ficar sem transporte coletivo".

No entanto, a Justiça entendeu que "não pode validar os contratos emergenciais como pede o Município de Campinas", pois seria "consagrar a irregularidade na prestação do serviço público". Inclusive, o juiz considerou "simples e burocráticas" as tentativas de contratar emergencial um novo transporte público.

TENTATIVAS INSUFICIENTES

Segundo Gidaro, foram enviados e-mails no começo de abril para empresas que já prestam os serviços atualmente, além de outras quatros que trabalham com isso - apenas uma respondeu negativamente.

Você viu?


"Impossível considerar essa tentativa de contratação emergencial como suficiente para suplantar as irregularidades dos atuais contratos emergenciais. Aliás, só demonstra que as empresas atuais querem mesmo é manter o sistema atual de contratação emergencial e na forma irregular já tantas vezes estabelecida", escreveu na decisão.

O juiz também considerou "irrefutável" que foi procurado "último instante dos contratos atuais, talvez para impedir que outras providências pudessem se mostrar possíveis". Por conta disso, ele considerou "indevida" a chancela da prorrogação do serviço atual.



Em Campinas, o sistema de transporte atende cerca de 204 mil usuários por dia e tem cerca de 1,1 mil ônibus coletivos. O sistema InterCamp, operado por ônibus das empresas concessionárias do transporte coletivo e mini/midiônibus do serviço alternativo, foi implantado em 2005.

OUTRO LADO

A Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) foi procurada para se posicionar sobre a situação, mas ainda não retornou o pedido da reportagem. Esta matéria será atualizada assim que a resposta for recebida.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!