Pandemia faz comércios tradicionais de Campinas fecharem as portas
Reprodução: ACidade ON
Pandemia faz comércios tradicionais de Campinas fecharem as portas

As restrições impostas ao comércio desde o início da pandemia para o combate do coronavírus interromperam negócios familiares que funcionaram por décadas em Campinas. Pontos tradicionais do Centro da cidade não suportaram a crise e acabaram fechando as portas de forma definitiva. 

Na Avenida Francisco Glicério, uma das vias mais movimentada do Centro de Campinas, é possível ver os reflexos da pandemia. O gestor de manutenção José Carlos Caetano era dono de uma loja de presentes que funcionou por mais de 10 anos no local. 

José tinha duas unidades da loja, mas terá que ficar com apenas uma. "A taxa não diminuiu, daí fica inconveniente e impossível de manter o negócio", disse. 

Em outra esquina da avenida, uma livraria também foi fechada. Na Rua Barão de Jaguara uma loja de departamentos também precisou encerrar as atividades. Em um mesmo quarteirão do Centro, seis negócios foram encerrados após décadas de funcionamento. 

A dona de casa Vera Bochi lamenta a situação pela qual a metrópole tem passado. "É muita judiação o que a gente está passando, sofrendo. Não tem mais alegria, não tem mais emprego. Você não vê gente trabalhando". 

Nas ruas Luzitana e Dr. César Bierrembach, a quantidade de negócios que não resistiram a segunda onda da pandemia assustou o empresário Ricardo Passos. 

"Até por causa de marginalidade também. Começa ficar um ponto isolado, sem vizinhos e também dá dó, porque as pessoas necessitam, são vários pais de famílias que estão parando de trabalhar", comentou. 

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APÓS 20 ANOS NO MERCADO 

Gilmar Jackson Barbosa era dono de um comércio que funcionava há mais de 20 anos como padaria e restaurante em um ponto privilegiado de Campinas, ao lado da Catedral Metropolitana. Com um aluguel de R$ 54 mil e outros custos, a empresa fechará as portas no dia 30 de abril. 

"A gente demitiu todos os funcionários, e infelizmente a gente está fechando por falta de vendas mesmo. O comércio caiu muito e a gente está de mãos atadas, e não consegue trabalhar", contou. 

Os 17 funcionários estão de aviso prévio, incluindo o estudante Wilson Lima de Almeida, que veio de Pernambuco e trabalha há cinco anos no local. "Trabalho para me manter e estudar. Finalizando aqui eu vou entregar currículo para ver onde está contratando". 

PREFEITURA

Procurada para comentar os prejuízos no comércio e as iniciativas desenvolvidas para auxiliar os empresários prejudicados, a Prefeitura de Campinas informou que desde o início da pandemia tem buscado soluções para manutenção do setor produtivo e que um grupo de trabalho estuda medidas para reduzir os prejuízos de vários setores.

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