Quem já foi vacinado está protegido contra as novas variantes?
Reprodução: ACidade ON
Quem já foi vacinado está protegido contra as novas variantes?

As novas variantes do coronavírus têm causado bastante preocupação nas autoridades de saúde. Por se tratar de uma mutação, a dúvida frequente é se os imunizantes que estão sendo aplicados continuam sendo eficazes. 

Sobre isso, as desenvolvedoras de vacinas em fase de aprovação, bem como aquelas já aprovadas e que já estão sendo aplicadas no Brasil, seguem estudando o comportamento dos imunizantes frente às novas variantes. O que se sabe, até o momento, é que dados preliminares apontam que elas são eficazes.  

Um estudo feito com mais de 67 mil profissionais de saúde de Manaus apontou que a vacina Coronavac tem 50% de eficácia contra a variante brasileira P.1. De acordo com os dados preliminares divulgados pelo grupo que comandou as pesquisas, o Vebra Covid-19, a efetividade da vacina foi confirmada 14 dias após a primeira dose. 

Segundo o Instituto Butantan, responsável pela distribuição da Coronavac no Brasil, o imunizante é eficaz contra as três variantes do coronavírus em circulação no país - britânica, brasileira e sul-africana.  

A vacina de Oxford, assim como a Coronavac, também se mostrou eficaz contra as variantes brasileira e britânica. A Johnson anunciou que sua vacina teve 57% de eficácia contra a variante da África do Sul - uma das mais temidas pelos cientistas. A vacina da Moderna, por sua vez, demonstrou eficácia contra as variantes da África do Sul e do Reino Unido.  

Já a Pfizer e BioNTech anunciaram que a vacina que desenvolveram contra a covid-19 conseguiu evitar todos os casos sintomáticos da doença causados pela variante sul-africana do coronavírus, a B.1.351. O imunizante também se mostrou eficaz contra as variantes do Reino Unido e Brasil.  

Apesar de haver a preocupação sobre as vacinas serem ou não eficazes contra a nova variante, a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia Raquel Stucchi destaca que não há nenhum estudo que indique a ineficácia dos imunizantes já desenvolvidos e aprovados para aplicação no Brasil.  

"O que se sabe até o momento é que as vacinas são eficazes e nos protegem contra essas novas variantes. Mas é possível que novas variantes surjam e as vacinas não sejam mais efetivas".  

NOVAS VARIANTES

Recentemente, três novas variantes do novo coronavírus foram confirmadas no estado de São Paulo por testes diagnósticos realizados pelo Instituto Butantan. As novas cepas foram encontradas na Baixada Santista e nas cidades paulistas de Itapecerica da Serra e Jardinópolis.  

Em Itapecerica da Serra, foi confirmada a presença da variante B.1.318, encontrada na Suíça e no Reino Unido. Já na Baixada Santista foi encontrada a variante sul-africana B.1.351, já identificada anteriormente na cidade de Sorocaba. E em Jardinópolis foi encontrada a N9, uma mutação da variante amazônica P1, já observada em vários estados brasileiros.

De acordo com o Butantan, a variante sul-africana é a que mais preocupa. As outras duas são, por enquanto, variantes de interesse, ou seja, elas são monitoradas com atenção, mas ainda não indicam um possível agravamento da pandemia.

O instituto diz que ainda é cedo para afirmar que essas variantes são mais transmissíveis ou mais agressivas do que as variantes brasileiras P1 e P2.

PROTEÇÃO CONTINUA

A infectologista Raquel ressalta que, mesmo com a mutação do vírus, as medidas para evitar o contágio da covid-19 adotadas no mundo todo desde o começo da pandemia continuam válidas e necessárias.

"Apesar de se transmitirem mais, as medidas de bloqueio de transmissão que nós já sabemos há um ano são tão eficazes quanto, como o uso de máscara, distanciamento social, uso de álcool em gel, evitar aglomeração, e outros", finaliza.

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