A PF (Polícia Federal) de Campinas
apreendeu mais dois carros de luxo na Operação Black Flag,
além de prender em flagrante um investigado após ele ter apresentado uma CNH falsa
durante o interrogatório. A operação foi deflagrada na terça-feira (11) e teve como alvo um grupo econômico da região de Campinas que teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos financeiros.
A organização foi identificada pela Receita Federal durante o trabalho de fiscalização. O grupo é acusado de fraudes no sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro na ordem de R$ 2,5 bilhões.
Os carros de luxo encontrados na manhã de hoje são uma Porsche e um Mercedes Benz esportivo. Eles estavam em uma concessionária na cidade de Araras em nome de uma das empresas de um dos investigados. Eles foram apreendidos e serão recolhidos na sede da Polícia Federal em Campinas.
Já o investigado que apresentou a CNH falsa durante o interrogatório seria responsável pela produção de documentos falsos para a organização criminosa. Esse esquema foi desmontado pela receita e Polícia Federal 11 anos depois dos primeiros golpes da organização criminosa.
COMO FOI FEITO
Tudo começou em 2010, com um empréstimo no Desenvolve São Paulo, agência de fomento do estado. O valor, de R$ 69 milhões de reais, até hoje não foi quitado.
No ano seguinte, outro empréstimo de R$ 2,5 milhões na Caixa Econômica foi feito. Nas transações, a garantia eram duplicatas frias, em nome de empresas que não existiam. Capitalizado, o grupo passou a falsificar documentos de pessoas e empresas e fez das fraudes um grande negócio.
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PADRÃO CINEMATOGRÁFICO
Imagens mostram como era a casa de alto padrão em Valinhos onde morava um dos integrantes da quadrilha. Nas buscas, a PF encontrou diamantes e outras joias. Nos cofres os agentes descobriu ainda R$ 1,2 milhão em espécie. Durante as buscas, pelo menos dez carros de marcas de luxo foram apreendidos e encaminhados à sede da PF, em Campinas.
Na coleção de vinhos, garrafas que começam custando R$ 8 mil. Em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, um barco avaliado em quase R$ 5 milhões foi apreendido. Todas as aquisições foram compradas com dinheiro do crime. Os bens foram bloqueados e ficam agora à disposição da Justiça.
EMPRESAS
De acordo com o relatório da investigação, para movimentar o dinheiro e despistar a Receita foram criadas empresas fantasmas. Entre elas estão:
- OL Industria Metalúrgica, que recebeu R$ 617 mil segundo a investigação;
- Capital Brasil Investimentos e Participação, beneficiada com R$ 677 mil;
- Flixeten Sociedade Anônima, que ganhou R$ 475 mil;
- Lim Tecnologia de Cortes Soldas e Usinagens;
- AT & T do Brasil Investimentos e Participações.
O endereço dessa última empresa fica na rua Jose Bonifácio numero 2510, no Jardim das Paineiras, onde funciona o SPA Kalmma, em Campinas. Outra unidade do SPA fica no Cambuí. Nos dois locais a PF cumpriu mandados de busca.
A investigação mostra ainda que os recursos obtidos por meio de fraudes e sonegação de tributos foram usados na criação de uma off shore, empresa do ramo de energia com sede no Panamá. Ela se chama Sandylon Investments, que ajudava a reintroduzir o dinheiro enviado para fora do país.
OUTRO LADO
A defesa da família Portilho Toni foi procurada, mas a reportagem não conseguiu contato. O advogado da JJA Assessoria Fisco Contábil informou que a empresa e o proprietário Aedi Cordeiro não têm relação com os crimes, e alegou que os clientes usaram a empresa para dar aparência legal aos crimes.