Coletivo de Campinas entregará 10 mil absorventes às mulheres carentes hoje
Reprodução: ACidade ON
Coletivo de Campinas entregará 10 mil absorventes às mulheres carentes hoje


O coletivo "Mulheres Pela Justiça", de Campinas, distribuirá neste sábado (15) 10 mil absorventes às mulheres carentes e em situação de rua da cidade. A entrega será feita em carros e caminhões, que irão percorrer as periferias do município ao longo do dia.

De acordo com a cofundadora do coletivo e advogada Thaís Cremasco, a doação faz parte de uma campanha nacional #MeninaAjudaMenina, promovida por uma marca de absorventes contra a pobreza menstrual - problema que impossibilita milhares de mulheres a terem acesso a itens básicos de higiene.

"É um movimento de conscientização sobre o problema e para incentivar a doação às mulheres que não têm acesso a este produto básico de higiene. Por meio de uma parceria com a marca Always vamos distribuir milhares de absorventes às mulheres carentes de Campinas", explica Thaís.

CARAVANA MENSTRUAL

Hoje, a Caravana da Pobreza Menstrual, distribuirá absorventes às mulheres nas periferias de Campinas. "Uma empresa fez a doação de 10 mil unidades e vamos procurar as lideranças comunitárias para distribuir os absorventes entre as mulheres e jovens carentes", explica a advogada.

O coletivo também participou de uma campanha com outras entidades para distribuir kits de higiene às mulheres que estão em presídios da região.

SEM ABSORVENTES, SEM AULA

Na intenção de justificar a ação, o coletivo apresenta um levantamento realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que estima que uma em cada dez meninas perdem aula quando estão menstruadas justamente por não terem absorvente.

Outro levantamento, coordenado pela antropóloga Mirian Goldemberg, mostrou que uma em cada quatro jovens já faltou à aula por não poder comprar o absorvente no Brasil.

"Esse número deve ser maior, principalmente nas escolas localizadas em regiões de vulnerabilidade. O problema é que muitas mulheres ainda sentem vergonha de admitir. Ainda há um tabu muito forte sobre algo tão natural como a menstruação", comenta a advogada.

Thaís pontua que a pobreza menstrual traz prejuízos também para a saúde física das mulheres. Sem acesso ao produto, elas usam papel higiênico, tecidos e até miolo de pão para conter o sangramento, ampliando as chances de desenvolver infecções.

"O preço desse item de higiene é muito caro para a realidade da mulher periférica. Os absorventes, assim como os preservativos, têm que ser distribuídos gratuitamente nos postos e centros de saúde", diz.

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