Ritmo da vacinação na região de Campinas caiu.
Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
Ritmo da vacinação na região de Campinas caiu.

Antes de governo estadual ter anunciado que toda a população adulta de São Paulo estará imunizada contra a covid-19 até o dia 31 de outubro deste ano, o ritmo da vacinação na DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas perdeu a aceleração entre os meses de abril e maio, se comparado aos primeiros meses do ano. 

De fevereiro para março, foi registrado um avanço de 86,09% no número de pessoas vacinadas. De março para abril o avanço foi de 50.97%. Mas, são os meses de abril e maio que mais preocupam, com um avanço de apenas 3,49%. Ou seja, a vacinação na região de Campinas está perdendo o ritmo. 

Somando as duas doses da vacina contra o coronavírus, o DRS 7 (Departamento Regional de Saúde) de Campinas registrou as seguintes doses aplicadas por mês: 

- Janeiro: 43.627 - doses aplicadas (1ª dose aplicada no dia 20 de janeiro)
- Fevereiro: 187.188 - doses aplicadas
- Março: 348.351- doses aplicadas
- Abril: 525.907- doses aplicadas
- Maio: 544.281 - doses aplicadas 

A DRS cobre as 20 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas, sendo as cidades: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Monte mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d'Oeste, Santo Antônio da Posse, Serra Negra, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. 

SURGIMENTO DE VARIANTES

O infectologista da PUC, André Bueno, diz que o ritmo mais lento da vacinação pode favorecer mutações e surgimento de novas variantes. 

"Quando temos uma população amplamente vacinada, com alto percentual de pessoas imunizadas por completo, a circulação do vírus diminui muito. Então quanto mais tempo demorar para a gente chegar no patamar elevado de imunização, enfrentamos mais riscos de emergência de novas cepas", disse. 

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PERCEPÇÃO DOS MORADORES

A analista de testes Érica Cristina garantiu a dose da vacina contra a covid no posto de saúde da Vila Perseu de Barros, em Campinas. "Eu sou hipertensa desde a gestação, já faz mais de quatro anos, e tem que tomar, tem que se cuidar". 

A maquiadora Jaqueline Susan da Silva faz parte do grupo de pessoas que estavam ansiosas para receber a vacina. "A gente que sai todo o dia para trabalhar, que entra em contato com muitas pessoas, não vê a hora. É emoção demais, estou muito feliz". 

Para Jaqueline, apesar do avanço nos grupos que podem se vacinar, o ritmo da campanha de imunização ainda é lento. "A minha mãe mesmo não conseguiu ainda se vacinar. Ela tem 58 anos e não chegou a vez dela".  

IMPEDIDO DE SE VACINAR 

O analista de recursos humanos Marcos Alberto da Costa, de Hortolândia, é paraplégico, mas ainda não conseguiu se vacinar. Ele conta que foi até o posto de vacinação com laudo médico, mas, ao chegar lá, os agentes comunicaram que era preciso receber um benefício do governo para ter direito a vacina. 

"Eles disseram que eu não tinha direito de receber a vacina e não perguntaram sobre comorbidades. Só falaram que para receber a vacina, eu tenho que ter um benefício do governo. Nem olharam os laudos que eu tenho, que são relacionados aos rins, a parte urológica, que é um laudo um pouco mais crítico e que o médico até colocou que eu já tenho risco elevado". 

Marcos tem laudos e documentos comprovando seus problemas de saúde e está há 15 dias tentando tomar a dose. A Prefeitura de Hortolândia foi procurada para comentar a situação do morador, mas, até a publicação desta matéria, não havia dado retorno aos questionamentos.

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