Foi preso nesta quinta-feira (10) em Campinas o último procurado pela Operação Black Flag, envolvido em um mega esquema contra o Sistema Financeiro Nacional . A operação, deflagrada no último mês , expôs uma vida de ostentação dos integrantes de uma quadrilha que atuava na região.
Os crimes da organização criminosa incluíram lavagem de dinheiro e rombo na ordem de R$ 2,5 bilhões ao cofres públicos. Além dele, permanecem preventivamente presos os quatro investigados apontados na investigação como os líderes da organização criminosa.
Segundo a PF, o suspeito estava foragido e se entregou às 10h, na Delegacia em Campinas, sendo dado cumprimento ao mandado de prisão temporária. De acordo com a corporação, a função dele era auxiliar os líderes da organização a lavarem dinheiro com o fornecimento de dezenas de relógios de luxo importados ilegalmente na ordem de 100 mil reais cada um.
RELATÓRIO E AVANÇO
Ainda de acordo com a PF, hoje a corporação apresenta o relatório decorrente da análise de parte do material (documentos e dispositivos) apreendido no dia da operação, restando comprovada a prática de crimes tributários e contra o Sistema Financeiro Nacional.
A partir de hoje, a Polícia Federal prosseguirá na análise do restante do material apreendido e representará à Primeira Vara Federal de Campinas para o desmembramento da investigação, podendo agora dar continuidade às apurações.
A OPERAÇÃO
A operação, deflagrada no dia 11 de maio, descobriu uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas fictícias que chegou a movimentar 2,5 bilhões de reais em operações financeiras, tendo por único objetivo sustentar os integrantes da organização criminosa mantendo alto padrão de luxo, com a aquisição de veículos, imóveis, lancha no valor de R$ 5 milhões e até ao patrocínio de esporte automobilístico.
Você viu?
A operação teve como alvo um grupo econômico da região de Campinas que teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos financeiros. A organização foi identificada pela Receita Federal durante o trabalho de fiscalização. O grupo é acusado de fraudes no sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro na ordem de R$ 2,5 bilhões.
Fraudes em empréstimos de bancos públicos bancaram desfiles de carros importados, iates, vinhos caros, joias, e um padrão cinematográfico de luxo de empresários integrantes de uma organização criminosa.
Um relatório divulgado pelo MP (Ministério Público) cita nomes dos investigados e as empresas envolvidas na ação. O documento tem mais de 1,1 mil páginas.
COMO COMEÇOU
O esquema foi desmontado pela receita e Polícia Federal 11 anos depois dos primeiros golpes da organização criminosa.
Tudo começou em 2010, com um empréstimo no Desenvolve São Paulo, agência de fomento do estado. O valor, de R$ 69 milhões de reais, até hoje não foi quitado.
No ano seguinte, outro empréstimo de R$ 2,5 milhões na Caixa Econômica foi feito. Nas transações, a garantia eram duplicatas frias, em nome de empresas que não existiam. Capitalizado, o grupo passou a falsificar documentos de pessoas e empresas e fez das fraudes um grande negócio.
PADRÃO CINEMATOGRÁFICO
Imagens mostram como era a casa de alto padrão em Valinhos onde morava um dos integrantes da quadrilha. Nas buscas, a PF encontrou diamantes e outras joias. Nos cofres os agentes descobriu ainda R$ 1,2 milhão em espécie. Durante as buscas, pelo menos dez carros de marcas de luxo foram apreendidos e encaminhados à sede da PF, em Campinas.
Na coleção de vinhos, garrafas que começam custando R$ 8 mil. Em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, um barco avaliado em quase R$ 5 milhões foi apreendido. Todas as aquisições foram compradas com dinheiro do crime. Os bens foram bloqueados e ficam agora à disposição da Justiça.