Grupo cola cartazes de protesto em escola de Campinas acusada de discriminação
Reprodução: ACidade ON
Grupo cola cartazes de protesto em escola de Campinas acusada de discriminação


A Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas, alvo de denúncia após um episódio de discriminação contra um aluno de 11 anos que foi criticado no grupo de WhatsApp da escola após ter sugerido um trabalho com tema LGBT, amanheceu com paredes e fachada cobertas por cartazes de protesto contra a ação da unidade de ensino na manhã desta terça-feira (15)

Os cartazes, pedindo respeito, foram colocados por manifestantes em frente à fachada da escola, que fica no Jardim Guanabara. Neste fim de semana, a família do estudante anos registrou um boletim de ocorrência contra o colégio, denunciando um episódio de preconceito e intimidação . Segundo a família, a hostilização começou após o menino sugerir um trabalho escolar com o tema LGBT. 

De acordo com a família da criança, assim que mandou a mensagem em um grupo de WhatsApp, o garoto foi atacado por pais de alunos e até mesmo funcionários da escola que disseram que a ideia era "absurda".  

Prints retirados do grupo mostram mensagens de discriminação (Foto: Cedida)

Segundo a Seduc (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) a Diretoria Regional de Educação de Campinas Leste esteve ontem na escola e deu início às apurações para que "todas as medidas cabíveis possam ser adotadas de forma assertiva". Ainda segundo a Seduc, o estudante e a família também seriam recebidos na manhã de hoje na diretoria de ensino para uma conversa e acolhimento. 

Ontem (14) a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que diligências estão em andamento visando ao esclarecimento dos fatos, e que as capturas das mensagens do grupo escolar serão analisadas

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O CASO

O caso aconteceu na última sexta-feira (11), após o menino propor em um grupo de WhastsApp do 6º ano do Ensino Fundamental, que o assunto fosse trabalhado em sala de aula por conta do mês do orgulho LGBT, que é celebrado neste mês de junho. 

Horas depois, várias mensagens foram enviadas criticando a sugestão. Em uma delas, um número identificado como sendo da diretora da escola pedia que o estudante apagasse a proposta. A irmã do garoto, disse que ele ainda recebeu uma ligação de uma mulher que seria a coordenadora da escola, o que deixou a família mais revoltada.

O boletim de ocorrência foi registrado no sábado (12). A irmã do menino foi quem registrou o boletim de ocorrência e também fez um relato no Facebook para denunciar o episódio. Segundo ela, o irmão ficou muito abalado, chorou muito e até mesmo ficou sem comer após a situação.

"Me deparei com meu irmão de 11 anos com o celular no viva-voz, uma senhora falando, esbravejando, falando muito alto com ele, falando para ele retirar o comentário que ele fez, porque senão ele ia ser removido do grupo. Eu no momento achei que era algum pai, nunca imaginei que era a coordenação, que a direção da escola ia ligar, 8h20 da noite para uma criança, do jeito que ligou", contou.


Capturas de tela e áudios enviados por ela mostram que, após a sugestão, houve uma sequência de mensagens nas quais pais de alunos e pessoas que se identificaram como sendo da "direção" afirmaram que a ideia do garoto era "absurda" e inadequada.

"Escola tem que ensinar o bem, não o preconceito. A partir do momento que o primeiro pai vai lá e manda, falando que acha isso um absurdo e começa uma 'metralhação' de preconceito, a direção da escola não tem que apoiar os pais que estão sendo preconceituosos. Ele chorava como se tivesse feito alguma coisa de errado e ele não fez nada de errado", disse.

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