Os preços dos produtos estão cada vez mais caros nos supermercados de Campinas, e a inflação têm atingido o orçamento doméstico dos moradores. Consumidores entrevistados pela reportagem relataram terem notado aumentos em produtos que variaram entre 20% e 40% em questão de semanas.
E são os preços dos produtos de limpeza que mais têm assustado os consumidores em Campinas. A jornalista Júlia Teixeira conta que o valor do desinfetante que ela usa disparou em questão de semanas, e passou de R$ 16 para R$ 23, um aumento de 43 %.
Ela também notou um aumento expressivo no preço do sabão líquido de coco. Há alguns meses ela não pagava mais que R$ 35 no produto, mas hoje ela não encontra por menos de R$ 42, uma diferença de 20% a mais.
E na tentativa de economizar, Júlia diz que passa um bom tempo pesquisando os preços nos sites de compra. "Eu tenho feito compras em diferentes supermercados e tenho também calculado o valor do frete, afinal, não adianta eu comprar em lugares que o preço do frete é muito alto, porque senão vai acabar não valendo a pena".
Já a comerciante Maria Aparecida Costa Vieira vai ao Mercadão de Campinas pelo menos seis vezes por semana para comprar verduras. Ela tem um restaurante e conta que toda vez que sai às compras tem levado um susto com os preços, principalmente no supermercado.
"Eu compro óleo por R$ 6 hoje, e quando eu vou no outro dia já está por R$ 9. E não tem como repassar tudo".
PRODUTOS MAIS BARATOS
Nesta época de Inverno, três produtos estão com valores atrativos no Mercadão. O quilo da batata, por exemplo, tem custado R$ 2,99. Já o quilo da cebola está na casa dos R$ 3,50 - o mesmo valor do quilo do tomate italiano.
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O presidente da Associação dos Permissionários do Mercadão de Campinas, Edson Shimabukuro, explica que no caso dos produtos hortifruti, oscilações climáticas e frete têm impacto direto no preço final.
"A mercadoria que vem mais próxima de nós, não de muito longe, é que encarece muito. Mas como está colhendo na região próxima à Campinas, o preço acaba caindo bastante. Como é o caso da batata, do tomate, e da cebola, que estão bem em conta".
O MOTIVO E O QUE FAZER
A especialista em educação financeira, Bruna Alemann explica que a alta de preços está atrelada a vários fatores. No caso dos produtos de limpeza, o preço alto está ligado ao dólar. Isso porque a matéria-prima de parte da indústria é cotada na moeda norte-americana que está valorizada em comparação ao real.
Para economizar, Bruna recomenda uma mudança de hábitos. "Às vezes você precisa trocar uma marca. Não precisa pecar na qualidade, pois existem marcas mais baratas e outros meios de comprar".
Bruna ainda comenta que o salário-mínimo é reajustado uma vez por ano com índice que nunca supera o da inflação oficial. No entanto, a inflação real é maior no caso dos produtos de mercado, que são reajustados mensalmente. Ou seja, o salário nunca vai acompanhar.
O professor de gastronomia Fábio Ligório também defende a mudança de atitudes na hora das compras. De acordo com ele, o ato de levar menos ou só consumir os itens da estação pode fazer a diferença.
"Comprar somente o essencial, e não espaçar muito entre uma compra e outra. Ou seja, comprar mais vezes, porém tudo fresco e em pequenas quantidades".