Uma estudante de enfermagem de Valinhos desenvolveu um panfleto que explica a importância e a necessidade da segunda dose da vacina contra o coronavírus. O material que também passou a ser distribuído pela Prefeitura da cidade em pontos de vacinação alerta por meio de desenhos a importância da segunda dose do imunizante e possíveis efeitos colaterais.
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O panfleto foi feito com foco nas pessoas que tomaram a primeira dose da vacina Astrazeneca e que tiveram reações. O informativo explica as principais reações da vacina como dor no local da aplicação, dores de cabeça, cansaço, dores no corpo e enjoo, além de febre e calafrio. No material, que é bastante simples, também é informado que as reações aparecem em até dois dias da vacina e, desaparecem, no período de um a dois dias.
"Eu via no Instagram, Facebook, as pessoas postando sobre a vacina, o certificado e vi que a Vigilância estava mandando um informativo sobre as reações adversas. Mas percebi que era um texto corrido. As pessoas não teriam muito acesso. Com isso decidi, por minha conta, fazer um informativo, com desenho para as pessoas", explicou Giovana Prando Rigolo, que é estudante de farmácia.
O laboratório onde a estudante faz estágio patrocinou a impressão das primeiras 10 mil unidades do informativo. Logo depois, a ideia também foi abraçada pelo Município que passou a distribuir os panfletos nos postos de vacinação.
"Para lembrar a população da segunda dose. Que é preciso retornar e fazer o novo agendamento para a segunda dose, além de informar os principais sinais e sintomas pós-vacinação contra covid-19, nas primeiras 48 horas", afirmou Rafael Aparecido Dias Limas, coordenador de Imunização de Valinhos.
O coordenador afirmou que a distribuição do material já começou a surtir efeito na cidade. Segundo a secretaria de Saúde, houve um aumento de pessoas interessadas em agendar a segunda dose após a distribuição do material.
"Percebemos que a população está mais conscientizada e procura a gente já com o panfleto querendo marcar a segunda dose. A gente espera que a iniciativa diminua os atrasos em relação a segunda dose", disse.
"Nós como profissionais da Saúde, que temos a informação, quanto mais a gente consiga divulgar é melhor para evitar esse medo da população", disse a estudante.
NÚMERO
Em Valinhos aproximadamente 400 pessoas não voltaram aos centros de imunização para tomar a segunda dose da vacina. Além de completar essa imunização a iniciativa também pretende reduzir o número de pessoas que, com as reações comuns da vacina, procuram atendimento médico nas unidades de saúde da cidade. Ainda segundo a Saúde, na cidade, 11,7% tomaram a segunda dose do imunizante.
"Às vezes a pessoa pensa assim: mas por quê? se você está tomando para o melhor e está dando essa reação. Mas é para o melhor de todos", disse o comerciante Roberto Socorro Lima já imunizado.
ATENÇÃO AS NOTÍCIAS FALSAS
"Com certeza a informação correta é muito importante, porque as pessoas atribuem, não só as vacinas do coronavírus, mas a outras vacinas efeitos que não necessariamente são da vacina, então as pessoas ficam com muito medo, principalmente com medo de que a vacina possa causar a doença, o que é impossível com as vacinas que utilizamos. Então é muito importante ter esse tipo de informação para desmistificar a informação incorreta, evitar fake news, e fazer com que as pessoas também evitem procurar desnecessariamente o serviço de saúde caso os efeitos sejam leves", afirmou a infectologista Noelle Miotto.
O funcionário público Carlos Eduardo Pinotti Júnior teve algumas reações após tomar a primeira dose da vacina, mas disse que nem pensar em não tomar a segunda dose. "Tomei a vacina às 14h e as reações quase duas da manhã. Mas o pico foi no dia seguinte, porém foi muito rápido e foi tranquilo. Já tinha me informado em fontes seguras sobre as reações. Tive um pouco de febre, dor no corpo, mas nada que me fizesse desestimular segurança de salvar vidas como a minha e a das pessoas que estão comigo. Então com certeza vale a pena. É rápida e simples", disse
AS REAÇÕES
A infectologista afirmou também que apenas uma pequena parte das pessoas tem reações a vacinas. "Essas reações de dor no local da aplicação, febre após a vacina, dor no corpo são reações comuns de muitas vacinas. É que agora as pessoas estão prestando mais atenção a isso e atribuem a vacina contra a covid, mas as reações podem acontecer com quase todas as vacinas que a gente aplica".
Ela explicou que a pessoa pode usar analgésicos que ela estiver acostumada se sentir dor e se tiver outros sintomas, que são mais raros, como náuseas ou vômitos, ela também pode usar medicamentos nesse sentido. Mas o mais importante é saber que os efeitos passam e que na maioria são leves".
(Veja aqui as reações das vacinas)