Uma em cada três pessoas em situação de rua em Campinas não conseguiu terminar o curso profissionalizante "Mão Amiga". O projeto é da secretaria de Assistência Social da cidade, que existe desde 2016.
Em 2016, 24% dos alunos não concluíram o curso de capacitação. Em 2017, foram 7,4%. Já em 2018, o número voltou a subir e chegou em 25,8%.
Em 2019, novo aumento e o índice chegou a 36,6%. Ano passado, no começo da pandemia de covid-19, o total que não concluiu o projeto foi de 33,3%.
Até hoje, o projeto já atendeu 163 pessoas. Do total, 97 se formaram. A capacitação é de 1 ano, que pode ser estendido por mais 1 ano, de acordo com a Prefeitura. As aulas acontecem a semana toda, em período integral.
CURSOS
Entre os cursos, estão aulas de agricultura orgânica, compostagem e boas práticas na produção agrícola. Neste caso, os professores e equipe técnica são do Hospital Cândido Ferreira.
Cada bolsista do projeto ganha um auxílio de R$ 1.049. Uma delas foi Viviane da Silva Costa, que morou quatro anos na rua e, quando ficou grávida, decidiu entrar para o programa para sustentar a filha por meio de uma qualificação.
"Poder ter oportunidades no mercado de trabalho porque com estudo já é difícil. Imagina sem? Então, eu estou pela minha filha, para poder dar uma vida melhor para ela", disse a estudante.
MUDANÇA DE HÁBITOS
Segundo a secretaria de Assistência Social, o programa exige uma mudança total no estilo de vida.
"A pessoa tem que ter entendimento de regras. Muitas vezes a pessoa que está em situação de rua já perdeu o sentido das regras. Então, às vezes, não há essa adaptação. Há muito do desejo da pessoa. Ofertamos e damos o aparato para que ela possa ser inserida", disse a secretária Vandecleya Moro. (Com informações da EPTV Campinas)