Mulher de líder espiritual nega que sabia de abusos sexuais denunciados
Reprodução: ACidade ON
Mulher de líder espiritual nega que sabia de abusos sexuais denunciados


A mulher do líder espiritual André Corrêa Lanzoni, preso na última quinta-feira (10) após denúncias de abuso sexual durante terapias holísticas em Campinas, negou à Polícia Civil que tinha conhecimento dos casos.

Ela prestou depoimento nesta segunda-feira (14), segundo o delegado responsável José Roberto Rocha Soares. "Eu ouvi a mulher do André Lanzoni e ela negou perimptoriamente que sabia das atrocidades que ele fazia com as pacientes. Chorou, estava muito nervosa", disse ele.

O delegado afirmou ainda que ela foi ouvida em apenas um inquérito, e ainda existem outros quatro já instaurados. "Tem mais quatro, que precisa ouvir, que já estão instaurados. E tem mais cinco vítimas. Vamos ouvir com calma ela, pra ver se tem participação. Pelo que parece, não", disse ele.

Amanhã, mais duas vítimas prestarão depoimento formal no 12º DP (Distrito Policial), em Sousas, local onde ficava a clínica onde ambos trabalhavam. 

Homem foi preso na última semana (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

INVESTIGAÇÃO

Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil já havia dito que ouviria pessoas que poderiam estar envolvidas no caso.

O líder espiritual tinha uma clínica onde atendia clientes em terapia, ao preço de R$ 150 a sessão, e também cursos. Junto com Lanzoni, trabalhava a mulher deles. A polícia diz que, juntos, eles ganhavam R$ 70 mil por mês.

Ainda para o delegado, Lanzoni é "pior que João de Deus" . As vítimas, inclusive, chamavam o homem de "pai espiritual".   

MP

Na última semana, por conta da repercussão do caso, o MP (Ministério Público) abriu um canal de denúncias para as vítimas. Até o momento, o órgão disse que "ainda nenhuma denúncia foi recebida pelo canal que foi divulgado".

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Eventuais relatos de vítimas ou quaisquer outras informações podem ser enviados ao e-mail somosmuitas@mpsp.mp.br, canal direto disponibilizado pelo Ministério Público. Os processos correm em segredo de Justiça, e as vítimas não terão a identidade divulgada

DEFESA

A defesa André Corrêa Lanzoni informou que só irá se manifestar após o encerramento das investigações. Além disso, disse que a mulher "não foi denunciada e não é ré em nenhuma ação penal".


AS VÍTIMAS

As vítimas contaram que os abusos ocorreram nos últimos 10 anos. Há dois meses, no entanto, Lanzoni começou a ser investigado pela Polícia Civil após cinco vítimas registrarem boletim de ocorrência.

Uma das vítimas disse à EPTV Campinas que ele induzia traumas pessoais para justificar os abusos sexuais contra os pacientes.

"Ele ficou um tempo induzindo que eu teria problemas relacionados à sexualidade. E me propôs um desbloqueio de trauma que ele disse que eu tinha. Me pediu para deitar na maca e relaxar que ele ia fazer esse desbloqueio", disse.

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