Em 1 mês, número de eleitores com 16 anos cresce 40,7% em Campinas
Reprodução: ACidade ON
Em 1 mês, número de eleitores com 16 anos cresce 40,7% em Campinas


Em um mês, o número de eleitores com 16 anos cresceu 40,7% em Campinas, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A comparação é entre os meses de março e fevereiro deste ano.

O período foi o mesmo em que foram feitas campanhas de incentivo usando influencers e personalidades da música, como Anitta e Zeca Pagodinho, para que os jovens tirem o título de eleitor, além do fato de Campinas ser uma cidade universitária.

Vale lembrar que o fechamento do cadastro eleitoral ocorre no dia 4 de maio (leia mais abaixo).

DADOS

Em março, 1.337 eleitores de 16 anos estavam aptos para participar das eleições de 2022, marcadas para outubro. Um mês antes, este número era de 1.083. Hoje, a maior parte deste eleitorado é composta por mulheres, são 852 com o título de eleitor válido.

Na faixa etária de 17 anos também houve aumento em Campinas. A alta é de 30%, sendo que em março deste ano 3.099 jovens estão aptos para votar na cidade. Um mês antes, o número era de 3.689.

Vale lembrar que esse público jovem tem até o dia 4 de maio para tirar o título de eleitor e é alvo de campanha dos órgãos eleitorais para que se alistem e tornem-se aptos a votar nas eleições de 2022, marcadas para outubro deste ano.

Apesar da alta destacada, o número de jovens abaixo de 17 anos com título de eleitor é baixo se comparar com a proporção total da cidade. Campinas tem 860.281 títulos de eleitores aptos, sendo que os jovens abaixo de 17 anos são 0,5% do total (4.436 pessoas).

CIDADE UNIVERSITÁRIA

Para o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, Paulo Sérgio Brant de Carvalho Galizia, esse aumento pode estar ligado ao fato de Campinas ser uma cidade universitária e um importante polo de interesse no estado. "Talvez isso traga esse interesse do jovem que não tem acontecido em geral", disse.

O presidente disse ainda que essa distância do jovem está ligada a alguns fatores, entre eles: o pós-pandemia e um desinteresse pela "política oficial". 

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Paulo Galizia, presidente do TRE-SP (Foto: Ricardo Custódio/EPTV Campinas)
"Muitos dos jovens ficaram um pouco afastados do convívio de outros jovens. Porque não estão na faculdade ou estudando. Essas coisas puxam muito. Em um grupo de estudantes acontece: 'olha, vou tirar meu título, amanhã vai ter eleição'. Em segundo lugar temos um desinteresse do jovem não pela política em si, mas pela 'política oficial'".

Galizia explicou que existe uma discussão da juventude, especialmente nas redes sociais, sobre as questões políticas, como feminismo e racismo, mas isso não é levado para a política oficial. "Para que isso seja levado ele precisa se alistar e votar. Trazer para este cenário alguém que represente os interesses do jovem. Por isso fazemos esta campanha, com alguns influencers", disse.

IMPACTO DA INFLUÊNCIA

O impacto da influência, para o presidente do TRE-SP, pode gerar resultados positivos, mas é preciso colocar esse peso na balança.  

"O aumento (de títulos de eleitores entre os jovens), para o bem ou para o mal, mostra o resultado dos influenciadores. Esses mesmos influenciados podem atuar na eleição em si para um candidato ou outro. Acho que, obviamente, por mais que o TSE esteja fazendo essa campanha, não tem o efeito da campanha dos influenciadores. Tem gente que acredita piamente no que o influenciador fala. Sem contar o tamanho", disse.

FAKE NEWS

Sobre o combate a disseminação de fake news, as notícias falsas, o presidente do Tribunal disse que existe uma campanha contínua feita pelo órgão, e que acompanha as diferentes fases da eleição. Além disso, na sexta-feira (8), está marcada uma reunião para com o TSE para analisar como isso será feito em 2022.

"Vemos a eleição como algo que tem uma preparação até chegar no ápice, e depois tem a repercussão, que é a prestação de conta. O nosso foco depende do calendário. Hoje é alistamento, fazer com que a gente aumente o número de eleitores aptos a votar. Quando chegar no momento da propaganda, nosso foco será nisso, fake news, debates, checagem", explicou.

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