O presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou nesta sexta-feira (15) um acordo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o WhatsApp durante seu discurso em Americana, na RMC (Região Metropolitana de Campinas).
Ele chegou ao local por volta de 13h após
uma motociata que interditou a Rodovia dos Bandeirantes
(SP-348) (leia mais abaixo).
O presidente foi recebido por uma multidão de apoiadores e sob gritos de "mito".
Muitos dos participantes usavam as cores da bandeira do Brasil (amarelo, azul, verde e branco) e tentavam tocar Bolsonaro enquanto ele passava pela multidão. Algumas pessoas tentaram subir na grade de proteção para se aproximar do presidente, mas foram impedidas pela polícia.
O DISCURSO
Bolsonaro discursou no recinto da Festa do Peão de Americana, onde o evento "Acelera com Cristo" se encerrou. Em seguida, estava previsto um show gospel promovido pelos organizadores da motociata. Junto com o presidente, também participou do evento o pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio Freitas (Republicanos).
No discurso, o presidente atacou o acordo do Tribunal com o aplicativo de mensagens.
Ele também falou em dar a vida pela pátria.
"O que tomei conhecimento nesta manhã é simplesmente algo inaceitável, inadmissível e inconcebível. O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma especial, restritiva para o Brasil. Isso após um acordo com três ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Cerceamento, censura, discriminação. Isso não existe. Ninguém tira o direito de vocês, nem por lei, quem dirá por acordo feito com TSE", disse.
A fala se refere a nova ferramenta que permite grupos com milhares de pessoas. No Brasil, a nova atualização só será permitida após um possível segundo turno das eleições, previsto para final de outubro.
Segundo com Bolsonaro, o acordo não tem validade.
No discurso, no entanto, o presidente não explicou como vai impedirá a medida.
O ACORDO
Ontem (14), o aplicativo de mensagens lançou um novo recurso chamado "comunidades", que funcionará como um guarda-chuva abrigando vários grupos com milhares de usuários. No Brasil, o WhatsApp acordou com o TSE a não estrear as "comunidades" no Brasil antes de um possível segundo turno nas eleições de 2022.
ALERTAAinda na quinta-feira, o presidente da República disse ainda que a motociata organizada por apoiadores, em São Paulo, serviria para dar um "alerta" sobre a liberdade e a democracia no País. Hoje, Bolsonaro saiu do recinto da Festa do Peão de Americana por volta de 13h45. O destino do presidente não foi informado.
DURANTE A MANHÃ
Durante a manhã , a Bandeirantes foi interditada pela Polícia Militar Rodoviária para a realização de uma motociata. Os motociclistas saíram por volta das 10h do Sambódromo da capital, com destino à Americana. A pista foi desinterditada à 13h05.
A secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou, por nota, que será gasto cerca de R$ 1 milhão com o reforço no policiamento para o evento. O esquema de interdição conta com apoio da Polícia Militar e mobilização dos batalhões da região
"Um efetivo de mais 1.900 policiais militares será empregado na operação ao longo de todo o percurso para proteger as pessoas, preservar patrimônios e garantir o direito de ir e vir, bem como o de livre participação no ato e a fluidez no trânsito", diz o texto.
O bloqueio teve início às 8h, a partir do km 13, junto à Marginal Tietê, e vai até o km 134, no entroncamento com a Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em Santa Bárbara d'Oeste. A liberação total do trecho, segundo a Autoban, aconteceu às 13h05.
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