A história da maternidade da servidora pública Eliane Jocelaine Pereira começou quando ela era pequena, aos 8 anos. Há muito tempo ela carregava uma certeza: que queria ter filhos sozinha. Hoje, Eliane tem três filhos, que são irmãos biológicos.
"Eu me lembro quando eu tinha 8 anos... de ter ouvido algo. Perguntei para minha mãe o que era 'produção independente'. Ela tentou simplificar ao máximo a resposta, mas ela disse, e eu lembro muito bem, que era uma mulher que criava os filhos sozinha. Aquilo ficou guardadinho na minha memória e eu pensei: 'é isso que eu quero fazer'", disse a servidora.
Para tudo isso, era só esperar o momento cento, que veio quando ela tinha 27 anos. "Como servidora pública, estando com salário estável, comprei minha primeira casa muito cedo também, achei que era o momento. Foi quando eu era dona da minha vida, para poder concretizar aquela produção independente".
Para tomar a decisão, uma pessoa especial teve responsabilidade: a mãe de Eliane, Luzia. Ela conta que tem uma relação muito forte com a mãe e a presença dela foi fundamental no processo de adoção. "Além de mãe, minha mãe foi uma grande parceira de vida em tudo que eu quis fazer, todas as decisões que tomei, sobretudo esta", disse. O resultado disso não podia ser outro: um lar onde não falta amor. Primeiro, chegaram a Karen e a Leia, com 6 e 3 anos na época. Um ano depois, o Daniel completou a família e o sonho de Eliane.
Como a adaptação foi ótima, Eliane conseguiu a adoção definitiva das meninas primeiro, hoje com 20 e 17 anos. Algum tempo depois de manter a atenção direto nas filhas, Eliane foi retomando os compromissos e, durante uma especialização em violência doméstica contra crianças, uma coincidência aconteceu.
"Os colegas, assistentes sociais e psicológicos, atuavam nas cidades onde as crianças vieram. Conversa vai e vem, contei um pouco da minha história. E me disseram que conheciam o caso e que, inclusive teve mais um nascimento, um menino, da mesma família. Aí fui lá bater na porta da juíza pra dizer: 'onde comem dois, comem três. Estou aqui e se tiver a possibilidade sou a primeira da filha para receber em casa com muito amor e carinho'".
Foi assim, com 11 meses de vida, que Daniel não saiu mais do colo de Eliane. "Eu gosto de tudo nela, o amor, o carinho. Minha mãe foi sempre o que eu sempre quis. Se eu tivesse que dar uma nota daria mais que 10. Daria infinito, na verdade", diz o filho, "Se temos algum problema, ela chega e conversa para que a gente fique em um ambiente bom e aconchegante. Ela é uma mãe que acolhe", disse Karen. "A opinião dela é muito importante para mim. Me orgulho muito da minha mãe", contou Léia.
Para a mãe, toda a família tem suas características e problemas, além do processo não ser fácil. "Você compartilhar o crescimento de uma pessoa, para além de qualquer laço sanguíneo, de contexto biológico, de DNA - isso para mim é lar. Estar com pessoas que você ama, pessoas que se reencontram para construir uma jornada e um caminho. É uma experiência fantástica", disse Eliane, emocionada. (Com informações da EPTV Campinas)
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