Universidade Estadual de Campinas subiu da sétima para a quinta colocação
Antonio Scarpeneti
Universidade Estadual de Campinas subiu da sétima para a quinta colocação


A Unicamp subiu duas posições no ranking 2023 das melhores universidades da América Latina elaborado pela consultoria QS (Quacquarelli Symonds) e divulgado durante a conferência QS Higher Ed Summit: AMERICAS 2022, realizada na Universidade Vila Velha, no Espírito Santo.  

De acordo com o levantamento, a Universidade Estadual de Campinas subiu da sétima para a quinta colocação entre as instituições de ensino superior da região, na comparação com o resultado obtido no ano passado. Com esse desempenho, a Unicamp fica à frente da Universidade de Los Andes (Colômbia) e da Universidade Autônoma do México – que no ranking de 2022 eram as quinta e sexta colocadas, respectivamente.

O ranking mostra ainda que a Unicamp é a segunda universidade do continente na produção de pesquisa, atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP), e, por conta desse desempenho, recebeu o prêmio “Excelência em Pesquisa”, entregue pela consultoria. (Veja texto abaixo).

Em junho, a Unicamp já havia sido relacionada no grupo das 15 melhores universidades do mundo na avaliação do QS World University Rankings 2023.

De acordo com o levantamento divulgado nesta quinta, a Universidade Católica do Chile lidera a pesquisa, com 100 pontos. É seguida pela USP, que se manteve na vice-liderança na classificação geral, com 99.8 pontos. A Universidade do Chile aparece em terceiro lugar e o Tecnológico de Monterrey, do México, é o quarto. A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) também subiu uma posição e agora está em 11º lugar.

O ranking latino-americano deste ano é o maior já publicado, com 428 instituições em 20 países. No ano passado, eram 418. “Eu sempre vejo os rankings em geral, ponderando entre dois extremos. Por um lado, o ranking não deve ser visto como um valor absoluto porque, observando pelo ponto de vista da Pró-Reitoria, o ranking não é uma meta. É uma consequência”, disse o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, João Marcos Travassos Romano.

“A meta é realizar bons trabalhos, é ver o resultado desse trabalho com impacto na sociedade, é dar condições e suporte para os grupos de pesquisa. A meta, portanto, é melhorar e fazer um bom trabalho para a sociedade e para a ciência”.


“Agora nós também não podemos desprezar os rankings. Primeiro por uma questão de visibilidade da nossa universidade. Hoje a vida acadêmica leva os rankings em consideração e estar bem nessas pesquisas é uma ferramenta para melhorar nossas relações, sobretudo no nível internacional”, pondera o pró-reitor.

“Além disso, também é uma questão de justiça com o trabalho dos colegas. A Unicamp não está bem no ranking pelo trabalho do pró-reitor – é verdade que a gestão tem lá seus méritos, digamos assim –, mas quem melhora nossa situação no ranking é a comunidade acadêmica, ou seja, o corpo docente, os pesquisadores, os estudantes e servidores. Portanto, não dar visibilidade a isso, não publicizar e não dar o devido destaque aos rankings, é, de certo modo, não dar o devido destaque ao trabalho executado pela comunidade”, argumentou Romano

“Que ótimo que subimos no ranking. Quem dera cheguemos em primeiro um dia, mas não que isso seja uma meta em si, mas que seja algo a que a gente almeja como uma consequência de um trabalho cada vez melhor”, acrescentou ele.

Produção científica

Os dados do levantamento mostram que as melhores universidades brasileiras dominam a produção de pesquisa na América Latina, em termos de volume.

Nove das mais produtivas instituições de pesquisa do continente são brasileiras, incluindo as cinco mais bem colocadas. Esse indicador tem a liderança das três universidades estaduais paulistas. A USP é a primeira colocada, a Unicamp aparece em segundo e a Unesp, em terceiro.

“Pensando em termos de produção científica, o Estado de São Paulo atinge níveis competitivos com os países ditos do primeiro mundo. As três universidades paulistas são um orgulho para nós”, diz Romano. Segundo ele, a consolidação dessas instituições aconteceu devido à autonomia e a sistemas de financiamento constantes e regulares, como os da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por exemplo.

Excelência em pesquisa

Na conferência da QS, a Unicamp recebeu o prêmio Excelência em Pesquisa – como uma das universidades que colaboram com parceiros internacionais para a produção de pesquisas de alto impacto global. O prêmio combina pontuação a partir de parâmetros como os de networking de pesquisa internacional, citações por artigos e reconhecimento dos 30 melhores desempenhos médios.

"A pesquisa é um dos principais pilares de uma universidade. Criar e disseminar conhecimento beneficia não apenas estudantes e acadêmicos em todo o mundo, mas, com o tempo, a sociedade em geral e o mundo. O espírito da pesquisa é aberto e colaborativo. Este certificado reconhece as universidades parceiras com universidades internacionais para produzir pesquisas com impacto em muitas áreas temáticas", diz a entidade como justificativa para o prêmio.

Representatividade da América Latina

O Brasil é o país latino-americano mais representado no ranking deste ano e apresenta um alto grau de estabilidade. Das 98 universidades brasileiras classificadas, 23 melhoraram sua posição, 24 pioraram e 47 permanecem estáveis em relação ao último ano. Quatro universidades brasileiras entraram pela primeira vez no ranking este ano.

O ranking da QS mostra que o Brasil conta com um grande número de funcionários de alta qualidade. Nove das dez melhores universidades da América Latina no indicador de Funcionários com PhD são brasileiras – uma tendência que continua em todo o ranking, com 44 das 50 melhores (88%) sendo brasileiras.

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