Quantos relatos já vimos sobre os perigos em que motoristas e clientes são expostos nas corridas de aplicativos? Entramos em carros de quem nunca vimos antes, motoristas aceitam viagens de quem nem conhecem. Com tanta violência, como nos proteger?
Um grupo de motoristas encontrou um mecanismo de protegerem uns aos outros. Eles criaram um grupo no whatsapp com 37 motoristas. Ao aceitarem uma corrida "suspeita", é enviado a localização em tempo real, com códigos que demonstram alerta. Por exemplo, se for enviado o código "33", é uma alerta de perigo, os colegas vão até o motorista que informou o perigo, pela localização enviada. Já o código "99", representa uma alerta mais grave, como risco de sequestro.
Arilson Rodrigues, motorista de apicativo e vítima, disse que diversas vezes salvaram um colega de assalto. Ele relatou um episódio grave que passou, quando foi atender uma corrida com o nome de Natália, no início de dezembro de 2021. Ela havia reportado que embarcaria junto o namorado e dois irmãos e perguntou se teria problema, pois eles estavam na rodoviária de Campinas. Ele aceitou e embarcou os três homens, com destino a Vila Olímpia, em Campinas. Durante o trajeto, notou algumas atitudes estranhas dos passageiros e já solicitou acompanhamento no grupo do WhatsApp em que eles tem.
Chegando no local de destino, por volta das 22h50, os suspeitos ordenaram que a vítima entrasse em uma estrada de terra e anunciaram o assalto. Pegaram celulares, cartões, senha, aliança e dinheiro da vítima. Neste meio tempo, o grupo tentou entrar em contato com Ari, mas não foi possível, pois o aparelho celular já estava desligado. Preocupados, integrantes do grupo entrou em contato a esposa da vítima e como ele tinha rastreador, foi possível acionar a polícia e começou monitorar o carro juntamente para os polícias e com o grupo.
Os bandidos já estavam entre Sumaré e Paulinia, quando a vítima foi colocado no porta-malas, efetuaram saques em caixa eletrônico, passaram em estabelecimentos comerciais e sacaram aproximadamento dois mil reais em dinheiro.
Ele foi libertado em uma estrada de terra, em Sumaré. Conseguiu pedir abrigo e ligar pra a esposa que já estava com os policiais no. Muitos motoristas do aplicativo foram até o local buscar vítima, estavam muito preocupados. Os policiais localizaram o carro através do rastreador, porém os bandidos nunca foram pegos.
Depois do sequestro, a vítima relata que já sofreu outras tentativas de assalto, mas graças ao grupo de motoristas de aplicativo que foi criado para se protegerem, foi possível evitar.
Arilson alerta outros motoristas de aplicativos para evitarem assaltos: "Trabalhar com corridas que aceitem somente pagamento no cartão e evitar corridas com pagamento no dinheiro. Enviar a localização em tempo real e calcular a distância do local de embarque ao destino final. Após avisar alguém se em tanto tempo você não ligar ou não atender, chamar a polícia ou rastrear carro".
Orientação de um especialista em segurança:
Hamilton Caviola Filho, delegado a posentado e especialista em segurança, orienta como os motoristas devem se proteger: "Os aplicativos mais usados por aqui possuem o perfil do passageiro que está solicitando a corrida, isso deve ser levado muito em conta pelo motorista. Outro detalhe que deve ser levado em conta é o local onde está sendo vindo a chamada. Existem locais perigosos e os motoristas devem evita-los. E o mais importante, lembrar sempre da velha e sabia afirmação: não reaja a assaltos", orientou Drº Caviola.
Passageiros também são vítima e segundo o delegado: "Quando o veículo chegar ao local, verifique se tudo confere, placa, modelo, cor, etc. O mesmo deve ser feito com a identificação do motorista. Se possível, sempre informar alguém de confiança o seu deslocamento, trajeto que o veículo de aplicativo irá fazer. Fazer a chama de um local seguro e se perceber algo de estranho durante o trajeto, acione o sistema de segurança do próprio aplicativo e a polícia".