Alguns medicamentos estão em falta em todo o País
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Alguns medicamentos estão em falta em todo o País

Uma reclamação que se tornou comum é a falta de medicamento em farmácias. Faltam medicamentos básicos como antibióticos, antialérgicos e analgésicos. As crianças tem mais dificuldade para engolir comprimidos. assim, as prescrições para elas são de formas farmacêuticas líquidas, essas formas farmacêuticas utilizam alguns insumos (matérias-primas) diferentes dos insumos necessários para preparo de comprimidos. São insumos que estão faltando, o que também joga o preço nas alturas e acarreta em outros problemas para o setor. Algumas dessas matérias primas são importadas da china, e ainda estamos sentindo os impactos do lockdown da pandemia e, soma-se a isso, tem também a guerra russia-ucrania.

A pediatra Cynara Bechara Spina, fala sobre o impacto na falta de medicamentos aos pacientes "A falta de medicamentos tem impacto imediato na chance de recuperação plena do paciente. Antibióticos, por exemplo, impede a melhor escolha para cada doença. Muitas vezes temos que escolher pela disponibilidade na prateleira e não pela melhor cobertura e eficácia, prejudicado a recuperação. Faltam também antitérmicos, prejudicado o controle da febre, das alterações dolorosas. E estão em falta também, medicamentos imprescindíveis para o controle da asma, por exemplo, que é a doença crônica mais comum da infância. Sendo assim, muitos pacientes deixaram de apresentar controle da sua doença, necessitando de mais idas aos serviços de emergência médica e até maior risco de complicações graves" alerta a especialista.

O Conselho Regional de Farmárcias se posicionou em uma nota oficial e relata a preocupação com a falta de medicamentos: "O conselho regional de farmácia tem acompanhando a questão desde o início dos problemas não somente em São Paulo, como em todo o Brasil. Nosso primeiro levantamento com os farmacêuticos sobre essa falta de medicamentos iniciou em maio".

Um levantamento realizado pela CRF-SP, entre 19 até 30 de julho de 2022, apontou que 98% dos farmacêuticos participantes relataram a falta de medicamentos antimicrobianos como amoxicilina, azitromicina, cefalexina e ciprofloxacino; mucolíticos como acetilcisteína, bromexina, carbocisteína e ambroxol; anti-histamínicos como dexclorfeniramina, loratadina, cetirizina e difenidramina e analgésicos como dipirona, ibuprofeno, paracetamol e ácido acetilsalicílico.

A maior parte dos relatos destaca a falta de formulações líquidas, o que pode prejudicar muito a população pediátrica, pois a maioria dos medicamentos para esse público-alvo é líquida, por serem mais fáceis de administrar.

Falta de insumos

Após dois levantamentos do CRF-SP (Conselho Reginal de Farmácia do Estado de São Paulo), constatarem o desabastecimento de medicamentos em farmácias e drogarias, desta vez, os dados confirmaram a falta de ingrediente farmacêutico ativo (ifa) nas indústrias, importadoras e distribuidoras.

Foi realizado um questionário disponibilizado no portal e redes sociais do Conselho, os farmacêuticos informaram quais ifas (o chamado Insumo Farmacêutico Ativo), nessário para produzir os imunizantes que dependem da importação, estão em falta, além de relatarem os principais motivos para o desabastecimento de itens necessários para a produção de medicamentos. Ao todo, foram 88 respostas válidas colhidas de 12 a 31 de agosto de 2022, sendo que a maior parte dos respondentes (92,05%) atua em estabelecimentos privados.

Mais de 60% dos farmacêuticos que responderam ao questionário, relataram sofrer com o desabastecimento de algum dos itens mensurados no levantamento, sendo que 55,68% informaram o desabastecimento de ifas, 17,05% de excipientes e 12,50% de insumos para manutenção de máquinas.

Quanto aos ifas (Insumo Farmacêutico Ativo), os relacionados à produção de antimicrobianos, analgésicos e antialérgicos foram os mais citados. Em relação aos motivos destacados para o desabastecimento estão a escassez de mercado (citada em 69,32% das respostas), preço alto impraticável (39,77%), falha do fornecedor (30,68%) e alta demanda não esperada (29,55%). Em 3,41% das respostas houve a menção de conflitos de guerra como um dos motivos.

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