Campanha contra tromboembolismo no Hospital Municipal Mário Gatti, em Campinas
Carlos Bassan
Campanha contra tromboembolismo no Hospital Municipal Mário Gatti, em Campinas

Um aumento de mais de  30% de casos de trombose venosa , traz um alerta sobre a gravidade desta doença . Dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde com os Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Por conta disso a Rede Mário Gatti promoveu uma capacitação para prevenção contra o tromboembolismo . Iniciando o mês de dezembro com aplicação de anticoagulante em UPAs, em pacientes de alto risco para trombose, logo no momento da internação, como protocolo de prevenção e partir do próximo ano a medida também será adotada em hospitais.

O público-alvo são pacientes com mais de 16 anos, internados em enfermarias, UTIs, Pronto-Socorro e no Centro Cirúrgico do Hospital. Uma em cada quatro pessoas no mundo morre por condições causadas por trombose, segundo a sociedade internacional de trombose e hemostasia.

A trombose é causada por um coágulo sanguíneo que pode bloquear ou prejudicar o fluxo de sangue na região em que está e até se soltar e se mover para um órgão. Apesar da gravidade, muitas pessoas desconhecem as principais causas, sintomas e maneiras de prevenção. 

Dados do sistema de informações de mortalidade da secretaria municipal de saúde de campinas, apontam 12 mortes pela doença em 2017, 9 mortes em 2018, 14 mortes em 2019, 7 mortes em 2020, 22 mortes em 2021 e 18 mortes do início de 2022 até o início de novembro. O grande salto, foi em 2021, durante a pandemia da covid-19.

Maria Loures Gasparini Belleli, de 72 anos, teve trombose e embolia pulmonar em 2012 e depois em 2016 teve tromboflebite (trombose superficial). Há 12 anos, Maria fez uma cirurgia ortopédica no pé e na época ela não tomou anticoagulante e ficou um tempo sem colocar o pé no chão, pois a cirurgia foi no dedão. Logo na alta médica, ela também teve pneumonia e começou a sentir uma dor na batata da perna e a dor passou a se agravar, causando falta de ar.

A família achava que as queixas eram por conta dela ser uma pessoa ativa e devido a cirurgia, ter a impossibilitado de retomar as atividades rotineiras, mas nunca cogitaram a possibilidade de uma embolia pulmonar. Na última consulta com a médica, Maria foi encaminhada com urgência para o Pronto Socorro e após exames, foi constatado que ela estava com trombose. Além da trombose, ela teve embolia pulmonar e precisou tomar anticoagulante na barriga e iniciar tratamento com um médico vascular.

O médico que a atendeu no pronto socorro, disse que se ela tivesse esperado mais um dia em casa, poderia ter morrido. Hoje ela faz uso de meia de compressão para trombose, há mais de 10 anos.

O Hospital Municipal Mário Gatti promoveu capacitação para prevenção de tromboembolismo

Capacitação é atividade do núcleo de educação em urgências (neu)
gestores de três unidades de pronto atendimento (UPAs) da Rede Mário Gatti de urgência, emergência e hospitalar participaram de capacitação, nesta quinta-feira, 1º de dezembro, para atuar na prevenção do tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes que estão nas unidades aguardando internação hospitalar.

Eles atuarão como multiplicadores, junto aos profissionais de saúde de suas unidades, sobre o novo protocolo de prevenção que está sendo implantado na rede. o protocolo utiliza escalas de risco para estabelecer quais pacientes são elegíveis para o tratamento. O público-alvo são pacientes com mais de 16 anos, internados em enfermarias, uti, pronto-socorro e no centro cirúrgico do hospital.

A capacitação é atividade do núcleo de educação em urgências (neu) e, nesta quinta-feira, foi realizada para os gestores das upas campo grande, Anchieta Metropolitana e São José.

Os profissionais da UPA Carlos Lourenço, unidade convertida em Hospital de campanha para internação de pacientes com covid-19, já foram capacitados e passaram a atuar na prevenção de tev nesta quinta-feira, com a utilização de heparina de baixo peso molecular, um anticoagulante, em pacientes com risco de tromboembolismo. As demais unidades, passarão a adotar o protocolo em janeiro.

O treinamento para o novo protocolo no Hospital Mário Gatti já ocorreu com as equipes de ortopedia e clínica médica. Equipes de neurologia e neurocirurgia serão capacitadas neste mês.

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