Operação Hermes (Hg) I, realizada em 1 de dezembro de 2022, foi a maior operação policial do país voltada para a desarticulação do uso ilegal de mercúrio.
Divulgação/PF
Operação Hermes (Hg) I, realizada em 1 de dezembro de 2022, foi a maior operação policial do país voltada para a desarticulação do uso ilegal de mercúrio.

Na manhã desta quarta-feira, 8 de novembro, a Polícia Federal e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) deflagraram a Operação Hermes (Hg) II . A ação tem como principal objetivo investigar e reprimir crimes contra o meio ambiente , com foco no comércio e uso ilegal de mercúrio . Além disso, a operação visa combater práticas criminosas como organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro.

A operação ocorre em quatro estados: Amazonas, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro. Os crimes sob investigação estão relacionados ao contrabando e acobertamento de mercúrio, que tem como destino final o abastecimento de garimpos localizados em áreas da Amazônia, incluindo Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Pará.

A Operação Hermes (Hg) I, realizada em 1 de dezembro de 2022, foi a maior operação policial do país voltada para a desarticulação do uso ilegal de mercúrio. Essa operação teve início a partir da investigação de uma empresa sediada em Paulínia/SP, que utilizava suas atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio no sistema do IBAMA.

Após mais de dez meses de análise de milhares de fontes de informações, incluindo documentos e dispositivos eletrônicos, a Polícia Federal identificou uma extensa rede de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia. Nesse período, sete toneladas de créditos de mercúrio foram retiradas dos sistemas do IBAMA.

A Operação Hermes (Hg) II, deflagrada hoje, busca aprofundar as investigações para coletar provas que demonstrem o funcionamento desse esquema, a participação das pessoas envolvidas, em especial os principais responsáveis pelo comércio ilegal de mercúrio, e identificar os bens adquiridos para ocultar as atividades ilícitas e os lucros obtidos com elas.

A investigação revelou que os envolvidos usaram diversas estratégias para movimentar valores, incluindo o uso de interpostas pessoas, empresas de fachada, mistura de capital ilícito com capital lícito, compra e venda de imóveis, blindagem patrimonial e utilização ilegal dos sistemas do IBAMA para dar aparente legalidade à circulação de grandes quantidades de mercúrio.

A operação envolve 140 policiais federais e 30 servidores do IBAMA e abrange a fiscalização por parte do IBAMA, que pode aplicar multas, suspender atividades e embargar áreas de mineração. Além disso, serão apuradas as condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na importação e comércio de mercúrio, reciclagem de resíduos e mineração de ouro.

Os investigados responderão pelos crimes ambientais, falsidade ideológica, uso de documento falso, contrabando, associação criminosa, receptação, perigo para a vida ou saúde de outrem, organização criminosa, usurpação de bens da União e ocultação de bens.

Todo o material probatório e bens apreendidos serão encaminhados para análises, na Delegacia de Polícia Federal, em Campinas.

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