Primeiro mutirão contra a dengue em 2024 será na região Sudoeste de Campinas.
Rogério Capela/Divulgação
Primeiro mutirão contra a dengue em 2024 será na região Sudoeste de Campinas.

A Secretaria de Saúde de Campinas definiu nesta terça-feira, 26 de dezembro, que o primeiro mutirão contra a dengue em 2024 será no dia 6 de janeiro, em quatro bairros da região Sudoeste. Além disso, com objetivo de manter ações quinzenais, foi estipulada agenda até março para combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti , vetor da doença.

As medidas ocorrem em meio ao alerta da Pasta para um possível aumento expressivo do número de casos da doença a partir do início do ano, por conta de uma série de fatores.


Como será o 1º mutirão?

Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), os bairros que serão percorridos no primeiro mutirão de 2024 contra a dengue são:

- Jardim Santo Antônio
- DIC III
- DIC V
- DIC VI

O Jardim Santo Antônio já consta, ao lado de sete bairros, no alerta divulgado em 18 de dezembro. Os outros três escolhidos são próximos, tiveram casos de moradores infectados pelo vírus da dengue, e por isso foram escolhidos para a ação de combate aos criadouros.

“As ações de combate ao mosquito são muito importantes, elas auxiliam na redução de criadouros disponíveis para evitar que os mosquitos nasçam. O Aedes aegypti, depois de infectado, continua transmitindo a doença até o final da vida, que é por volta de 30 dias. Portanto, não deixar o mosquito nascer é a melhor forma de combate à doença”, destacou a assessora técnica do Devisa Priscilla Pegoraro, articuladora da intersetorialidade no Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.

A iniciativa reúne funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas, que usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Além disso, o trabalho deve contar com um caminhão cata-treco. Em caso de dúvida, ligue para o 156.

Outros bairros em alerta são:

- Centro e Mansões Santo Antônio - Leste
- Jardim Florence 2 - Noroeste
- Jardim do Lago - Sul
- Jardim Eulina e Parque Via Norte - Norte
- Jardim Adhemar de Barros - Sudoeste


Próximas agendas

A Saúde já definiu as datas de mais seis mutirões até março. Já os locais alvo são definidos mais próximos das datas, uma vez que é preciso considerar a situação epidemiológica.

- Janeiro: dia 20
- Fevereiro: dias 3 e 17
- Março: dias 2, 16 e 30

Os mutirões de combate à dengue eram realizados “quando necessário” e, a partir de janeiro, passam a ser sistemáticos, a cada 15 dias. A frequência pode ser alterada caso haja reavaliação. Os trabalhos são um “extra”, uma vez que diariamente há vistorias, visitas a imóveis e nebulizações. O mais recente foi no Jardim Eulina, em 16 de dezembro.


Mais medidas e preocupações

Na semana passada, o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações . Além disso, a Secretaria de Saúde começou a divulgar um boletim semanal com os bairros mais preocupantes.

A cidade declarou epidemia em abril e já registrou neste ano 10.823 casos confirmados e três óbitos pela doença. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios em 2023. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.

Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.


Esforço conjunto

“Os mutirões são uma estratégia complementar realizada aos sábados, nas regiões com aumento expressivo de casos, que visa diminuir as pendências, abrir mais casas e tornar o trabalho de combate ao mosquito mais eficaz. Além disso, integram esforços de diferentes secretarias e órgãos da Prefeitura para melhorar a resposta do município neste enfrentamento”, destacou Priscilla.

A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registra em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrado inacessível porque estava fechado, desocupado ou por conta da recusa de moradores.

- 2020: 43,5%
- 2021: 44,7%
- 2022: 46,9%
- 2023: 50,3%


Combate à doença

A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.

Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

Orientações sobre assistência

Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.

Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.

Comitê de prevenção

Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.

O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.

No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site .

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