O primeiro mutirão realizado em 2024 pela Secretaria de Saúde para prevenção e combate à dengue
visitou 3,1 mil imóveis
em sete áreas de Campinas, mas voltou a registrar um problema recorrente no ano anterior: 48,3%
dos locais deixaram de ser acessados porque os espaços estavam fechados, desocupados e porque ainda houve recusas de moradores às equipes que visam eliminar focos do mosquito Aedes aegypti
, vetor da doença.
A ação foi realizada por quatro horas no sábado, 6 de janeiro, no Jardim Santo Antônio, DICs 3, 4 e 5, além de trechos dos bairros DIC 6, Jardim Rosalina e Jardim Santos Dumont.
Foram recolhidas 53,1 toneladas de materiais, das quais 50,4 toneladas eram produtos descartados irregularmente em áreas públicas, como entulhos e lixo, e a outra parte de 2,7 toneladas, incluindo um sofá e colchões, foram retirados por caminhões cata-trecos.
"O apoio e participação da população é fundamental para o enfrentamento desta doença, principalmente no momento que estamos. Além de permitir a entrada dos agentes da Saúde, pedimos que todos reservem apenas 10 minutinhos por semana para eliminar todos os focos de água parada em suas casas, trabalho e demais espaços que frequentem. Somente a ação conjunta entre poder público e população pode ajudar no combate à dengue", ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.
Os imóveis trabalhados ficam em 67 quarteirões. A ação mobilizou 100 funcionários da Saúde, incluindo trabalhadores da empresa Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros. Eles usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza.
Além disso, a mobilização contou com apoio de duas equipes de Serviços Públicos. A logística usou dois veículos da Defesa Civil, um carro de som da Sanasa, dois cata-trecos e dois caminhões para recolher materiais descartados irregularmente.
Campinas tem mutirões quinzenais agendados até o fim de março, e o próximo será em 20 de janeiro. Os bairros que recebem ações são definidos conforme situação epidemiológica.
A medida ocorre em meio ao contexto de preocupação da Saúde com a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4 da doença na cidade. Por enquanto, não há registros confirmados.
Resultados do mutirão / nº de imóveis
Visitados: 3.103
Trabalhados: 1.602
Inacessíveis: 1.501
Um novo boletim divulgado nesta segunda-feira, 8 de janeiro, mostra que nove bairros estão em alerta para a dengue por conta do elevado risco de transmissão ou em virtude de casos confirmados e suspeitos da doença. A lista reúne:
Centro, Botafogo e Vila Itapura - Leste
Jardim Eulina - Norte
Jardim Novo Maracanã e Parque da Fazenda - Noroeste
Vila Vitória, Parque Aeroporto e Recanto do Sol I - Sudoeste
A partir desta semana, o comunicado passa a ser publicado sempre às segundas-feiras. A mudança ocorreu para reorganização interna de ações.
Casos
A cidade registrou no ano passado 11.011 casos confirmados e três óbitos pela doença - dados parciais até 5 de janeiro deste ano. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Esforço conjunto
A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registrou em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrado inacessível porque estava fechado, desocupado ou por conta da recusa de moradores.
- 2020: 43,5%
- 2021: 44,7%
- 2022: 46,9%
- 2023: 50,3%
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Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão neste site
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