Uma jovem de 18 anos, condenada por matar a amiga Isabele Guimarães Rosa em 2020 com um tiro no rosto, foi recentemente desligada do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas. A decisão veio após denúncias ao Comitê de Compliance da instituição, que constatou um ambiente acadêmico instável devido à presença da aluna.
Segundo relatos, um grupo de mães se sentiu desconfortável com a presença da jovem nas aulas, o que levou à pressão sobre a faculdade para que ela fosse desligada. A Mandic decidiu, então, devolver os valores pagos pela estudante, cuja mensalidade do curso de medicina chega a aproximadamente R$ 13 mil.
A tragédia que resultou na morte de Isabele ocorreu em 12 de julho de 2020, em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT). Isabele, na época com 14 anos, foi atingida no rosto por um disparo de arma de fogo, em circunstâncias que envolveram a prática de tiro pela família da autora do disparo.
A faculdade justificou o desligamento com base em seu Regimento Interno e no Código de Ética do Estudante de Medicina, garantindo à aluna o direito de apresentar recurso. A decisão visa manter a estabilidade e a dignidade acadêmica da instituição, bem como resguardar sua reputação, construída ao longo de três décadas.
A defesa da estudante não foi contatada para comentar sobre a possibilidade de recurso. O caso, que resultou no indiciamento da jovem por ato infracional análogo a homicídio qualificado, imprudência e imperícia, teve desdobramentos judiciais até 2023, quando o processo de medida socioeducativa foi extinto após seu cumprimento integral. A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu que o tiro que atingiu Isabele não foi acidental, apesar da versão sustentada pela defesa da autora dos disparos.