Mosquito Aedes aegypti é vetor da dengue e orientação é para combate a criadouros.
Rogério Capela
Mosquito Aedes aegypti é vetor da dengue e orientação é para combate a criadouros.

Diante do contexto de aumento de casos confirmados de dengue, a Secretaria de Saúde de Campinas decidiu reforçar a orientação para que moradores que apresentarem febre busquem imediatamente um centro de saúde para atendimento e orientações.

Antes, a recomendação da Pasta era para que o deslocamento só fosse realizado caso o morador tivesse febre e mais dois sintomas associados, entre eles, dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular ou dor atrás dos olhos.

“A mudança da recomendação é pelo fato que as pessoas que apresentam febre devem procurar atendimento sempre no centro de saúde mais próximo à sua casa, uma vez que o monitoramento do paciente com febre deve ser avaliado pela equipe de saúde e pode ser feito inclusive por telemedicina. Quanto mais próximo à sua residência, melhor será o atendimento, evitando deslocamentos desnecessários e espera em pronto atendimento ou hospitais”, ressaltou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben.

Já quem apresentar tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos – nos casos de suspeita de dengue com febre ou de doença confirmada - deve buscar por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.


Cenário epidemiológico

Campinas chegou a 4.518 casos confirmados de dengue nesta segunda-feira, 19, após realizar um trabalho de digitação no fim de semana que atualizou os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses. Neste trabalho foram considerados dados represados durante o Carnaval e maior número de atendimentos a pacientes no mês de fevereiro.

Na sexta-feira, a cidade tinha 3.204 registros. Portanto, o acréscimo de 1.304 casos não ocorreu neste intervalo de três dias. A atualização do painel é diária, salvo exceções.

Campinas não registrou nenhum óbito pela doença neste ano. A orientação da Secretaria de Saúde é para que as unidades comuniquem casos leves de dengue no período de até sete dias, enquanto casos graves ou morte precisam ser notificados em até 24 horas.

A Saúde orienta que a comunicação das notificações seja enviada imediatamente pelas unidades porque elas são consideradas para direcionar ações de campo contra a doença.


5º mutirão

A Prefeitura realiza neste sábado, 24 de fevereiro, o 5º mutirão de 2024 para prevenção e combate à dengue. A nova iniciativa de guerra contra a doença irá percorrer imóveis dos bairros Vila Vitória, Mauro Marcondes, Vida Nova I, Vida Nova II e Parque Aeroporto, das 8h às 12h. O trabalho é uma parceria entre Administração e EPTV, afiliada da TV Globo, por meio da 7ª Campanha Regional de Combate ao Aedes aegypti.

O mutirão será multisetorial e conta com apoio de profissionais das secretarias de Serviços Públicos, Habitação, Educação, Assistência Social e de Trabalho e Renda, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec. O balanço das ações deve ser divulgado na segunda, 26.


Preocupação

Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado sorotipo 1

A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.

Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.


O que já foi feito?

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença.

Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis em quatro mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença. Além disso, somente em 3 de fevereiro, um mutirão da Secretaria de Serviços Públicos recolheu 1,4 mil toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente em áreas públicas de Campinas.

O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril.

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.


Comitê de prevenção

Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.

No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br .

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