
A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quarta-feira (21), uma ação para orientar sobre prevenção à raiva transmitida por morcego e o que a população deve fazer ao encontrar um animal desta espécie.
O trabalho ocorre no arruamento do Paço no período das 9h às 16h. Duas estações serão montadas pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e pela Vigilância Regional Leste para orientar moradores que passarem pela Prefeitura e servidores municipais.
A iniciativa compõe uma das ações do Programa de Vigilância e Controle da Raiva no Município, que visa aprimorar o monitoramento sobre a circulação da raiva nos morcegos.
Na situação de comportamento suspeito, estes animais podem ser encontrados vivos ou mortos da seguinte forma: caído, grudado na parede/muro em local baixo ou pendurado. Há também a hipótese de ser visto voando durante o dia em locais onde há luz solar.
“Teremos materiais educativos e vamos explicar o que é um comportamento suspeito de um morcego, como fazer o recolhimento desse animal sem vida e indicar o que precisa ser feito em caso de acidentes”, explicou a coordenadora da UVZ, Marcela do Prado Coelho.
Entre 2020 e 2024, a Saúde de Campinas investigou 4.899 casos de morcegos em comportamento suspeito, apresentando uma positividade para raiva em torno de 2% nesses animais. Neste ano foram investigados 442 morcegos, com nove casos positivos.
O que fazer com o morcego?
A orientação é para que a pessoa, ao encontrar um morcego com ou sem vida, nunca encoste nele. O animal morto deve ser colocado em recipiente com tampa ou sacola plástica, com cuidados para evitar contato direto. Nesta hipótese e nos demais casos de comportamento suspeito do morcego, é preciso acionar a UVZ ou a Defesa Civil.
A UVZ atende de segunda a sexta-feira pelo telefone (19) 2515-7044, das 8h às 17h. Já nos demais períodos, o contato deve ser realizado com a Defesa Civil pelo número 199.
Campinas conta ainda com dois pontos para receber morcegos mortos que não tiveram contato com pessoas ou animais domésticos (cães e gatos) com objetivo de aprimorar a vigilância e prevenção à raiva, além de evitar descarte inadequado. As estruturas definidas após parcerias ficam na Mata Santa Genebra e no Bosque dos Jequitibás.
Mata Santa Genebra (Fundação José Pedro de Oliveira)
Endereço: rua Mata Atlântica, 447, Bosque de Barão Geraldo
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h
Endereço: rua Pedro Álvares Cabral, 425 (Setor Veterinário)
Horário: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h
Prevenção à raiva
A raiva é uma doença viral que acomete mamíferos, incluindo seres humanos. É transmitida pela saliva de animais contaminados, como cães, gatos, morcegos, macacos, gambás, bois e cabras. O vírus chega ao sistema nervoso através de mordidas, arranhaduras ou lambeduras de feridas. Em caso de morcegos, o contato direto, portanto, pegar ou encostar no animal, também pode ser uma forma de contaminação.
Animais silvestres como saguis e gambás estão distribuídos e totalmente adaptados ao meio urbano. Portanto, não há uma área específica de Campinas de maior risco e sim atitudes em que as pessoas se colocam em maior risco de exposição, como oferecer alimentos para esses animais. Por isso, a recomendação da UVZ é para que as pessoas não tentem alimentá-los, tocá-los ou capturá-los para evitar esses acidentes.
O último caso de raiva humana em Campinas foi registrado em 1981. Desde então, têm sido detectados, na área urbana do município, casos de raiva em morcegos e em animais domésticos de estimação, infectados por morcegos. Em 2015 a cidade registrou um caso de raiva canina e outro de raiva felina. No ano seguinte, 2016, foi confirmado um novo caso de raiva felina. Por meio de exames laboratoriais foi verificado que estes animais foram infectados por vírus transmitidos por morcegos.Acidentes com animais domésticos ou silvestres
A Secretaria de Saúde de Campinas informa que diante de acidentes com animais domésticos ou silvestres, há um protocolo de atendimento estabelecido pelo Ministério da Saúde para a conduta em relação ao paciente de acordo com a gravidade.
Inicialmente, a vítima deve lavar bem o ferimento com água e sabão e em seguida procurar atendimento médico. Alguns casos necessitam de vacina e, eventualmente, de soro antirrábico.
Em Campinas, de segunda a sexta-feira, o atendimento é realizado em todas as unidades básicas, que iniciam a vacinação se ela for indicada.
Já aos finais de semana e feriados, a orientação é procurar a UPA Campo Grande, onde há vacina disponível. Ela fica na Rua Dirce de Oliveira Santos, 280, Jardim Alto Belém.