Historiadora da Unicamp sofreu ataque racista durante seminário
Unicamp/Divulgação
Historiadora da Unicamp sofreu ataque racista durante seminário


A historiadora Lucilene Reginaldo , professora do  Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFHC) da Unicamp , foi vítima de um ataque cibernético racista durante a realização de um seminário on-line na noite da última segunda-feira (08). A sala virtual na qual ela fazia a apresentação foi invadida.

Durante a invasão, conteúdos de intolerância foram propagados por vozes e imagens que apareceram de repente para todos os participantes. O seminário 'Atlântico Negro' tratava da diáspora dos povos africanos durante a época da escravidão.

Lucilene participava do evento como convidada do Grupo de Estudos em História da África Pré-Colonial e do Tráfico Atlântico de Escravos da UEFS e do Grupo de Pesquisa de Escravidão e Invenção da Liberdadade da UFBA.

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Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Unicamp informou que a historiadora não se sente confortável para comentar o assunto no momento.  [Errata - Equivocadamente, na sua versão inicial, a matéria dizia que a historiadora Lucilene Reginaldo ficou abalada com o ataque, o que não corresponde aos fatos]

Não foram revelados maiores detalhes sobre o conteúdo do ataque racista. Em nota, o reitor da universidade, Marcelo Knobel , repudiou o ato. 

"Esse gesto violento e autoritário, procura também, por meio da intimidação, calar os avanços que a sociedade realizou nas últimas décadas no reconhecimento da injustiça representada pela escravidão. Procura, na mesma lógica racista que sustentou a escravidão, ocultar a competência intelectual dos negros, impedir sua manifestação pública e seu direito elementar de ter protagonismo na construção do conhecimento a respeito de sua própria história.", diz uma parte do texto.

"Ao gesto mesquinho que procura intimidar o conhecimento e a verdade, interpomos nosso compromisso de que continuaremos ao lado do cidadão e da cidadania, promovendo a universidade como espaço plural, atento aos fatos e comprometido com a verdade e com a justiça", completa.

Lucilene Reginaldo

Doutoura em história pela Unicamp, Lucilene Reginaldo é especialista em história da África e já lecionou na Universidade Estadual de Feira de Santana. Ela foi uma das lideranças no processo de defesa das cotas étnico-raciais na Unicamp.

Em junho do ano passado, Lucilene foi homenageada pela Câmara Municipal de Campinas com a medalha Marielle Franco, fruto de um projeto de lei que tem o objetivo de condecorar mulheres da cidade que combatam a desigualdades e discriminações na sociedade. 

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